Jornal 360

Vol. 26, Nº 360/setembro de 2022 – sexta-feira, 16.

EDITORIAL

As mídias e o sequestro do bicentenário

Nos últimos dias tornou-se lugar comum, nas mídias e nas redes sociais, chamar de sequestro a operação desencadeada pelo ocupante do Palácio do Planalto et caterva para fazer da festa do bicentenário um grande comício a favor da reeleição do presidente e um verdadeiro cortejo da morte. De fato, numa ação muito bem sucedida de público e amplamente divulgado por partidários e adversários, a festa cívica e o oficial do 7 de setembro foi tomada de assalto por um anti republicanismo grotesco e violento, em que não faltaram patriotadas e claros sinais de incontinência verbal e machismo pelo mandatário da nação.

Leia mais.

EDUCAÇÃO EM DEBATE
À esquerda no voto, à direita na escola: somos mesmo educadores progressistas? – Edilson da Silva Cruz – EXCLUSIVO
Sabemos que nem todos os que trabalham na educação compartilham de valores democráticos e republicanos. Há aquelas e aqueles que os negam de modo explícito, ao defender voto em presidente genocida, em projeto de país conservador, preconceituoso e autoritário.

ECOLOGIA, SAÚDE E PAZ: uma breve biografia do Professor Antônio Leite Alves Radicchi – Rômulo Radicchi e Vagner Luciano de Andrade – EXCLUSIVO
Muitos cursos d’água se transformam em canais poluídos, gerando conflitos socioambientais para o ecossistema de lagos ou rios. Isso ocorre em função de vazões de esgotos, sem o devido tratamento, gerados pelas mais variadas atividades humanas.

De quem foi a (péssima) ideia de trazer o coração de Pedro I para as terras brasileiras? – Raquel Melilo e Renata Fernandes – EXCLUSIVO
Mas, em pleno 2022, ainda precisamos refletir sobre outra questão que perpassa a data: o coração, emprestado, de Pedro I que chegou ao Brasil para as comemorações do Bicentenário da Independência. Mas de quem foi essa ideia? Qual o sentido político para a atual gestão do governo federal em trazer o coração de Pedro I ao Brasil?

Documentos de barbárie como cultura: qual espaço resta para a Educação? – Luciano Mendes de Faria Filho – EXCLUSIVO
Como política de memória, o Museu das Minas e do Metal funciona como uma realização máxima da utopia capitalista: transforma a barbárie em “alta cultura” e a vende como sendo uma benesse do capital à população. Ganha-se de todos os modos, de todos os lados e de todas as maneiras. Mas, quem perde?

Liberalismo, autoritarismo e cidadania na China – Antonio Carlos Will Ludwig – EXCLUSIVO
O binômio direitos e deveres é um mote do liberalismo. Com efeito, sua versão tradicional e originária concede valor à cidadania a qual é vista como um título concedido às pessoas e que sacramenta um liame entre elas e o aparelho estatal.

Processos educativos em Os Trapalhões – Daniel Machado da Conceição – EXCLUSIVO
No ano de 1988, a escola de samba Unidos do Cabuçu do Rio de Janeiro/RJ, criou um samba enredo em homenagem aos Trapalhões. A letra dizia que “Didi, Dedê, Mussum e Zacarias, seu mundo é encanto e magia.”

A importância das eleições para diretores nas escolas – Parte I – Cleiton Donizete Corrêa Tereza – EXCLUSIVO
 Se não houver um constante estímulo e respeito às decisões democráticas, a tendência é que se instale uma situação tensa toda vez que a população for convocada aos processos de escolha dos candidatos e seus projetos. Para tratar desse problema, existem diversas formas de promoção da participação sistêmica dos cidadãos, desde formação e atuação em conselhos e sindicatos, passando por coletivos, associações, dentre outros movimentos sociais e instituições.

Memórias da vida universitária: Ricardo Crisorio – Alexandre Fernandez Vaz – EXCLUSIVO
Quando penso nas movimentadas duas últimas décadas de minha vida, surge amiúde a figura de um dos raros amigos que pude fazer na vida universitária. É Ricardo Crisorio, e a notícia de que chegou o momento de sua esperada aposentadoria da Universidad Nacional de La Plata, República Argentina, me pega, paradoxalmente, de surpresa.

BICENTENÁRIO EM FOCO
Bicentenário da Independência: Momento de Repensar o Brasil – Francisca Patrícia Pompeu Brasil – EXCLUSIVO
Em 07 de setembro de 1822, o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa e se tornou uma nação. A partir de então, essa data tornou-se símbolo da busca de um povo por sua identidade.

EDUCAÇÃO E LITERATURA
As origens do romance brasileiro – Alexandre Azevedo – EXCLUSIVO
 Cronologicamente, o romance brasileiro surgiu em 1843, com a publicação da obra folhetinesca O filho do pescador, de Teixeira e Sousa. Entretanto, sua obra é considerada incipiente no que diz respeito à ficção. Um ano depois, em 1844, foi publicado o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, oficializando, dessa forma, o início da ficção nacional.

Educar para o dissenso – Igor Mendonça Cardoso Gomes – EXCLUSIVO
É lugar-comum, no contexto político atual, a crítica ao que se convencionou chamar de “polarização.” Uma breve consulta aos dicionários torna fácil ver que o vocábulo é tomado de empréstimo das Ciências da Natureza. O significado físico-químico do substantivo, que é o de estabelecimento de uma diferença de potencial elétrico entre dois pólos, passando um deles a ser positivo e o outro, negativo, dá lugar a um sentido figurado, até mais comum na atualidade.

Casca de rio – Ivane Laurete Perotti – EXCLUSIVO
Na ânsia pela chuva da virada, o povo insistia na petição: “Trabáia, sabiá! Trabáia! Chama as água! Água di limpá as arma.”; “Povu incardidu di bestêra, sô! Trabáia! Chama a dona chuvada! Avisa qui nóis num tá mais si aguentano de percisão! Canta, sabiá! Canta!” 

CONVITE À LEITURA
Ensino baseado em projetos: Métodos e práticas exitosas – Marcus Periks Barbosa Krause – EXCLUSIVO
O livro Ensino Baseado em Projetos: Métodos e práticas exitosas apresenta modelos de projetos escolares que podem ser executados na educação básica em escolas públicas ou privadas.

Dossiê Museus universitários: patrimônio, experiências e reflexões – Martha Marandino – EXCLUSIVO
Com este último número do Dossiê Museus universitários: patrimônio, experiências e reflexões, finalizamos o conjunto composto por três volumes de artigos dedicados ao tema e publicados na Revista CPC.

EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS
7 de setembro de 2022: “Estou vendo uma esperança…” – Luiz Rena – EXCLUSIVO
Há 200 anos nos prometeram um país independente para um povo livre, feliz, emancipado e capaz de conduzir os rumos da própria história. Anunciaram um gigante pela própria natureza, que se revelava belo, forte, impávido e colosso, e cujo futuro espelhava essa grandeza antevendo para as próximas gerações uma mãe gentil que proveria sustento e vida digna para todos os seus filhos e filhas.

EDUCAÇÃO, GÊNERO E SEXUALIDADES
Papéis familiares, estereótipos de gênero e as relações com os filhos – Regina Rigoletto Cordeiro – EXCLUSIVO
No que tange às questões de gênero, os papéis exercidos no contexto familiar sempre foram diferentes para os homens e para as mulheres. Como apresentam Trindade e Bruns (1999), a responsabilidade da mulher por muito tempo foi a de cuidar dos filhos e ser responsável pelo bem-estar doméstico, enquanto os homens eram tidos como provedores, que exerciam autoridade sobre os outros familiares.

EJA EM PAUTA
Da tecnologia-sonho: EJA e o poder de ler e grafar como direito – Douglas Tomácio e Ruan Debian – EXCLUSIVO
Um mundo letrado que, a todo tempo, requer de nós o acesso à tecnologia da alfabetização para dele fazer parte efetivamente. Poder lê-lo e grafá-lo é direito e remonta o desafio histórico que nos cabe. É entendendo-o que podemos, então, mirar a EJA como possibilidade e não possibilidade qualquer, mas como aquela que assina o câmbio, a força de frente fazer ao desafio assombroso. Afinal, é a EJA espaço de mudança. 

LIVRE EXPRESSÃO
Saudação a um amigo! – Luciano Mendes de Faria Filho – EXCLUSIVO
Nestes e noutros tempos em que em que se faz loas à inexistente e idílica  família e às sempre “adoráveis” sociabilidades familiarescas, é muito  comum chamar as pessoas de que mais gostamos de irmãos ou de irmãs.  Mas bem sabemos, por exemplo muitos, que irmãos podem ser aqueles  que sacam uma arma e atira nos outros… irmãos.

EDUCAÇÃO, SAÚDE E SOCIEDADE
Saúde é vetor de desenvolvimento para o Brasil, diz presidente da Fiocruz – Jornal da Ciência
A socióloga Nísia Trindade Lima, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), destacou que a relevância da saúde vai além dos indivíduos e da coletividade, é também um importante vetor de desenvolvimento para o Brasil.

O que os cientistas aprenderam com os lockdowns da covid – Nature (via Jornal da Ciência)
Restrições ao contato social impediram a propagação de doenças, mas pesar os custos e benefícios finais das medidas de bloqueio é um desafio.

Leia mais.

EDUCAÇÃO PELO BRASIL
Alunos de cursos à distância são maioria pela 1ª vez no Brasil – CBN
Relatório do Enade, Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, mostrou que 52% dos alunos de graduação estão matriculados na modalidade EaD.

USP ultrapassa fronteiras e leva projeto de leitura a uma prisão de Angola – Jornal da USP
Experiência desenvolvida no presídio de Cacanda, em Angola, mostra como a leitura pode levar a reflexões positivas e libertadoras.

Leia mais.

OPINIÃO DO LEITOR
William da Silva Sousa em 14/09/2022 (EDUCAÇÃO EM DEBATE – 22 de maio de 2020) – Ku Klux Klan e a intolerância, uma história que deve ser lembrada
Tema muito bom

Clarice em 09/09/2022 (CONVITE À LEITURA – 10/06/2022) – A Peste Negra e a Covid-19. O que Boccaccio tem a nos ensinar?
Texto excelente!

Pamela em 08/09/2022 (EDUCAÇÃO EM DEBATE – 27/08/2021) – Não se enganem! Há um problema no Projeto de Vida.
Quando dei aulas no Ensino médio em 2018 fiz uma aula com projeto de vida, porém, com viés crítico e focado na educação. Até porque, os filhos dos empresários o fazem e desde cedo. Enquanto isso, os jovens das periferias se acostumam a não ter perspectiva alguma de futuro. O que foi somado a um trabalho de consciência de que isso não é tudo, que precisamos de políticas públicas eficientes para garantir acesso à educação e ao mundo do trabalho. Utilizei alguns princípios de culturas orientais, como o ikigai japonês e o Tao para propor diálogos interculturais sobre o tema.
“O sistema educacional chinês e a cultura familiar de fomento à educação” https://www.redalyc.org/journal/5761/576161727011/html/
Minha postura diante do processo de implementação da BNCC, haja vista que ela se tornou inevitável, foi colocar os temas na roda da forma mais crítica e diversa possível. Mas, não me iludo que isso fará diferença na vida dos jovens sem políticas de acesso mais ampliado às oportunidades.

Ydernea em 02/09/2022 (EDUCAÇÃO E LITERATURA – EDIÇÃO 358 – 02/09/2022) – José de Alencar, o mestre romântico
Muito bom seu trabalho sobre José de Alencar. O comentário sobre cada livro foi bem estruturado

TIRINHA
Cartunistas das Cavernas – Gilmar