Maçã de barro

Ivane Laurete Perotti

à mesa serve-se a indiferença

recalcitrante úlcera social

antepasto de cobra e berro

da boca murcha e fria

ataviada em fomes

ferida e crua,

lateral

na guarnição, morango de peito nu

laço de uvas, cabedal

folhas verdes de abano

morre o amo

oficial

maçã de barro não puba

gora, o homem,

1 comentário em “Maçã de barro”

  1. Matérias bem elaboradas.
    Lindo o poema de Ivane !!!
    E muito importante a sinalização da dependência de nossa civilização de um simples artefato !!! Preocupante ao infinito. O que será do futuro ???

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