De acordo com o dicionário Aurélio, ensinar é “transmitir conhecimento sobre alguma coisa a alguém”. Com isso, pensamos que a principal função de um professor seja de fato ensinar seus alunos, porém, sabemos que vai muito além disso. Professores de diferentes épocas inspiram seus alunos a ter sede deste conhecimento, tentam e lutam para que todos em uma classe saibam todo o conteúdo previsto pela escola e na maioria das vezes transmitem uma parte de si com isso.
Se imagine como um aluno que você foi um dia, uma criança que acabou de chegar na sala de aula, sentou em sua carteira e colocou o caderno em cima da mesa. Agora me diga, quantas vezes você ouviu relatos impressionantes sobre a vida de quem te ensinava as matérias que fez você ficar pensativo? Dos professores mais velhos, pode ser que você ouviu histórias de um tempo em que o celular não existia e que o passatempo preferido era ler; de um professor mais jovem, pode ter ouvido falar da sua época da faculdade e aquela conversa te inspirou a fazer o curso que você fez ou faz.
Relatos dos mais variados, conteúdos explicados e reexplicados milhares de vezes até que de fato fossem aprendidos, dúvidas referentes às matérias e à vida foram tiradas, desabafos, até aquele cochilinho que você teve e foi interrompido por um “escola não é lugar de dormir!”, tudo isso foi vivido por você na presença de uma pessoa brilhante que teve a coragem e a nobreza de ficar todos os dias letivos de frente de uma turma de crianças ou jovens com uma única missão: ensinar.
Mas, meu caro leitor, você deve sempre se recordar que não é ensinar no significado simples da palavra, mas sim no sentido mais abrangente possível. O educador não é um mago com uma varinha mágica do saber, ele orienta dia após dias seus alunos no caminho da aprendizagem, e de forma alguma esse é um trabalho fácil. Diante disso, cresce o sentimento de tristeza que muitos carregam: como pode um profissional com uma das funções mais importantes, que nos acompanham durante tantos anos, serem tratados muitas vezes com descaso? Por que, em tantos momentos, os educadores tiveram de ir para as ruas para conseguir o mínimo? Em que momento a sociedade parou de enxergar esses profissionais como mestres, pessoas dotadas de excepcional saber, competência, talento em qualquer ciência ou arte, e passou a ver com tanta mediocridade?
Nesta edição iremos reler algumas postagens feitas para estes profissionais, relatos e protestos feitos por educadores ao longo dos anos. Desejamos a todos uma ótima leitura! E agradecemos a todos os nossos leitores que são ou irão se tornar professores. Nossa gratidão a todos vocês!