Afinal, o mineiro pensa sobre a ciência? – Yolanda Assunção

Afinal, o mineiro pensa sobre a ciência?

Pesquisa realizada pelo Observatório Inovação, Cidadania e Tecnociência da UFMG busca desvendar o relacionamento da população mineira com a produção científica

 Yolanda Assunção

A forma como a comunidade leiga observa o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia pode nortear a divulgação e a comunicação pública de pesquisas. Para conhecer a relação entre a produção de ciência e a sociedade o Observatório Inovação, Cidadania e Tecnociência, da UFMG, desenvolveu, com apoio da FAPEMIG, a primeira enquete de Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Estado de Minas Gerais.  Na ultima quarta feira o coordenador da pesquisa, professor Yurij Castelfranchi, apresentou os resultados do levantamento em uma reunião com jornalistas, a diretoria executiva da FAPEMIG, o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Dias de Oliveira, e o presidente do Conselho Curador da FAPEMIG, João Francisco de Abreu.

As duas mil entrevistas realizadas em todas as regiões de Minas Gerais em agosto de 2014 revelam o interesse dos mineiros em temas como: medicina, saúde, meio ambiente e Ciência e Tecnologia. Segundo a pesquisa, este interesse varia de acordo com a idade e renda. O número de jovens que se declaram muito interessados em C&T entre 25 e 34 anos chega a 33%. O grau de escolaridade também foi um fator que, de acordo com os dados coletados, interfere no relacionamento com a produção científica. 50% das pessoas que possuem ensino superior demonstraram muito interesse em ciência, enquanto entre a população com ensino fundamental ou menos a porcentagem alcança 21%.

A pesquisa também revelou o grande otimismo e confiança do mineiro em relação à ciência e aos cientistas, principalmente entre as classes com menos escolaridade. Contudo, não quer dizer que o mineiro seja passivo em relação à produção científica. “Cada um tem suas demandas para fazer a ciência. Isso é interessante porque significa que não é uma visão homogênea, acrítica e nebulosa. As pessoas sabem muito bem o que elas acham relevantes, o que querem”, revela o professor Yurij. Os questionários demonstram que a maioria da população se importa muito com a regulação e controle social sobre C&T, em especial, os aspectos éticos e políticos da pesquisa.

Contudo, o interesse pelos assuntos encontra uma barreira: o baixo acesso à informação. A televisão lidera o consumo de informação sobre ciência, mesmo assim, apenas 21% dos entrevistados assistem programas sobre o assunto com muita frequência. Esse dado demonstra o interesse da FAPEMIG em apoiar pesquisas como essa, como explicou o presidente da fundação, professor Evaldo Vilela: “Para nós, o que muda, é esta atitude de trabalhar para que a pesquisa feita Minas Gerais, possa ser de maior conhecimento da nossa população. Nós temos que ter um canal mais amplo com os meios de comunicação, para que as pesquisas feitas nas nossas universidades e institutos, financiadas pela FAPEMIG, possam estar mais presentes para os mineiros.”

O resumo dos resultados da pesquisa está disponível em https://drive.google.com/file/d/0B5436FN8JiLdTkNDTkZnTldiUHM/edit.

 

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