Paulo Hallack
Dizem: a Educação muda o mundo.
E mesmo sendo uma realidade, essa afirmação impõe uma enorme sobrecarga à Educação e, ainda assim, ela não se exime.
Sobretudo pela perspectiva do colossal Paulo Freire: “A Educação não transforma o mundo. A Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo!”
Assim, surge a pergunta: e quem muda a Educação?
A resposta: o Professor e A Professora!
Do berçário ao pós-doutorado, está nas suas mãos a capacidade, a técnica, o conhecimento e o amor capazes de realizar essa transformação.
Mas, como mudar o mundo?
Como mudar o mundo se há fome de saber e de comer impossível de ser saciada ante a incompatibilidade das dobras para suprir os salários parcos e a necessidade da formação continuada?
Como mudar o mundo se as escolas pequenas têm que fazer milagres para equilibrar o orçamento para formar turmas de qualidade, visando o prolongamento, inegociável, das infâncias, em confronto com as grandes redes privadas que têm por primazia o clientelismo e o produtivismo, unicamente voltados para o alcance de metas meritocráticas?
Como mudar o mundo se, sobretudo, AS PROFESSORAS têm que educar os filhos de outrem e educar seus próprios filhos, em uma jornada tripla e enfrentando o dilema: qual dos filhos cuidar?
Como mudar o mundo, se o próprio mundo do Professor e da Professora perece?
Enfim, como mudar o mundo se os detentores do poder econômico, político e religioso continuam a pregar o determinismo social não permitindo qualquer tipo de enfrentamento sob pena de demissão, prisão ou inferno?
As pessoas estão se acostumando tanto com o discurso de desvalorização dos representativamente mais fracos que estão normalizando o descaso e as violências.
E, nesta toada, se esquecem facilmente, e propositadamente, da existência do Professor e da Professora.
Ora, Professores e Professoras são perpetuadores do conhecimento humano. Mas, no dia que forem definitivamente esquecidos, a humanidade se esquecerá de sua própria humanidade!
Que o mundo mude e reconheça seus transformadores, os Professores e Professoras, sob o risco de a própria humanidade perecer.
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