Problematizar o Bicentenário da Independência (1822-2022) e disputar os sentidos da educação no espaço público são os dois objetivos fundamentais do Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1822/2022, iniciativa realizada em rede por agentes sociais individuais e coletivos das diversas regiões do Brasil e registrado, na UFMG, como um Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Iniciamos em 2007 com um Seminário Anual cuja temática chamava a atenção para a necessidade de entendermos os intelectuais e suas relações (ou falta de relações) com a escola básica pública no Brasil. Em seguida, demos início a um Programa de Rádio na Rádio FMG Educativa e, logo depois, a uma coleção de livros em parceria com a Mazza Edições. Nos anos seguintes, vieram os projetos de pesquisa em rede, a utilização das redes sociais e várias outras ações, sempre buscando articular o ensino, a pesquisa e a extensão. E, claro, sem nunca esquecer a parceria fundante com asprofessoras da escola básica e com suas instituições de representação.
O Projeto nunca foi daqueles que acreditam que a educação é salvação do Brasil, mas por outro lado nunca advogamos que a escoa pública é uma das mais contundentes das “misérias brasileiras”. Por isso, sempre buscamos nos pautar pela abertura de canais de comunicações que buscam pluralizar o debate sobre a situação e os rumos da educação brasileira, ainda que sem deixar de explicitar o nosso inalienável compromisso com a defesae a construção de uma escola pública de qualidade para todas, todes e todos.
Desde o inicio do projeto tínhamos em mente articular educação e comunicação, ainda que nem sempre tivéssemos claro como fazê-lo. Para isso, buscamos nos apropriar das diversas tradições e modelos que, ao longo do tempo, buscaram entender e promover o fenômeno educativo como prática de comunicação e, por outro lado, a comunicação como prática educativa. Nessa direção, uma tradição das mais longevas é, sem dúvida, a do jornal.
Quando, em 2013, iniciamos o Boletim Pensar a Educação em Pauta que, hoje, como jornal, chega a sua 300ª edição, tínhamos em mente criar um canal de informação e de debates sobre a educação brasileira. Sobretudo, queríamos participar ativamente da defesa do caráter público da educação e de sua importância para todo e qualquer projeto societário que se queira democrático, inclusivo, diverso, igualitário, antirracista, anti-homofóbico e antimachista.
Hoje, 7 anos depois e 300 números postos em circulação, o Jornal Pensar a Educação em Pauta se consolidou como um veículo feito em rede e por meio de várias parcerias, assim como conta com a participação ativa de mais de meia centena de articulistas de todas as regiões do país. É, sem dúvida, o mais abrangente veículo semanal, de natureza pública, que se dedica exclusivamente à educação em todas as suas faces e interfaces.
É evidente que quando iniciamos o Projeto e, depois, o Jornal, jamais poderíamos imaginar que hoje estaríamos sendo governados por um governo com claro viés fascistóide e obscurantista. No entanto, apesar de nosso combate, o que se nos apresenta hoje é um Presidente da República que despreza a vida, a democracia e o próprio Estado de Direito. Diante disso, reafirmamos nossas posições e convicções e buscamos reunir mais e mais pessoas de diversos perfis e pertencimentos para estar conosco. E elas vieram!
Assim, ao comemorarmos essa 300ª edição, gostaríamos de agradecer àqueles e àquelas -bolsistas, articulistas, coletivos, instituições – que acreditaram e acreditam que vale a pena participar dessa disputa pelos sentidos da educação no espaço público. E, sobretudo, agradecemos, de forma muito especial, a você leitora e leitor que, toda semana, nos inspira e nos anima a colocar o jorna no ar!!
Que venham outros 300, e que ajudem a trazer ares mais democráticos, governantes inteligentes e defensores da vida, políticas mais diversas e inclusivas e, sobretudo, uma educação pública cada vez melhor para todas, todes e todos. Oxalá estejamos aqui para comemorar tudo isso e muito mais!!!