Mitos sobre ser moderno na educação – docência! – Tiago Tristão Artero

Mitos sobre ser moderno na educação – docência!

Tiago Tristão Artero

Arremessou-se de um despenhadeiro nos últimos anos o conhecimento tradicional (historicamente e socialmente acumulado/construído pela humanidade) e iniciou-se um discurso supostamente moderno, onde tudo é relativo.

Há alguns meses, participando do Congresso da UFMG “Educação no Espaço Público”, percebi que muitas questões foram levantadas a respeito do senso comum e do papel da ciência na formação social, não apenas aos que estavam no ambiente acadêmico e com acesso à literatura, mas a todos. Mostrando, portanto, que relativismos e o senso comum devem ser embasados pela ciência e por tudo que ela permite na busca por uma sociedade mais evoluída.

Sentar em círculo e redirecionar a aula do(a) professor(a), deixando de lado os conhecimentos que seriam fundamentais para determinado conteúdo é, no mínimo, perder a grande oportunidade de garantir o direito dos alunos saberem o que há de mais fundamental e que seja basilar para garantir a autonomia destes na aplicação do conhecimento no âmbito escolar e social, em um processo chamado “mediação”.

A mediação, em si, para aquele que busca, de fato, dotar o aluno de autonomia e adquirir a cultura humana que nos diferencia dos animais, ocorre em várias instâncias. Destaco aqui, aquela feita pelo(a) professor(a) entre o autor de um livro e o aluno; destaco, também, aquela realizada pelo próprio conteúdo entre o aluno e uma prática/ação social, permitida pela autonomia que o conhecimento os dá.

Usar equipamentos audiovisuais e tecnologia eletrônica, utilizando-se, inclusive da pesquisa na internet, de longe significa ser moderno na educação.

Deixo aqui uma reflexão: ser moderno na educação pode significar dar instrumentos aos alunos/indivíduos sociais de atuarem significativamente no mundo a partir da cultura/conhecimento humano construído em séculos e séculos de desafios naturais, sociais, de sobrevivência e de busca por soluções.

Este conhecimento acumulado, que com muito custo, mostra todas as transformações – nem sempre positivas – que a humanidade alçou, serviu, serve e servirá para mantermos as conquistas e alcançarmos outras em busca de um mundo melhor.

Assim, dizer que o aluno não precisa receber conhecimento, pois em um clique ele tem acesso a uma quantidade de informação gigantesca, é, no mínimo, desdenhar da função mais importante que o ser humano possui, que é refletir sobre sua própria ação e sobre o mundo.

Ora, no dia-a-dia os conceitos são aplicados e as atitudes são tomadas com base na filogênese e na ontogênese, esta última, fruto de todos os conhecimentos adquiridos na vida da pessoa. Ninguém, ao praticar uma ação, irá abrir o computador para pesquisar determinadas visões sobre um assunto, formular um conceito final e, assim, agir. Absurdo! Fazemos isso para encontrar um endereço utilizando o GPS, para pesquisas pontuais sobre um assunto x ou y. No frigir dos ovos, agimos por associação. Nossas lembranças e ações são embasadas naquilo que há em nossa memória e esta, se intensifica, não somente “aprendendo a aprender”, mas aprendendo de fato.

Daí, Professor(a), sabendo que o conhecimento não é fragmentado, mas algo construído durante toda a vida do bebê, da criança, jovem, adulto e idoso, nosso exercício da docência é primordial. Não temos a função única de proporcionar experiências e ensinar a pesquisar… temos a função de Ensinar!

Métodos, técnicas, didática, diversas concepções que versam sobre o assunto, incluindo as distintas tendências pedagógicas e as teorias de aquisição do conhecimento que a Psicologia, gentilmente, nos facilita, estão por aí. Nós as apreendemos? Elas estão ao nosso alcance. A apropriação bastaria para nossa realização profissional, qualidade do nosso trabalho e solidez na nossa prática. Mesmo assim, quanto mais observamos nossa prática, mais notamos o quanto nos deixamos influenciar por mitos criados relativamente ao o que é ser um “educador(a) moderno(a)”.

Termino esta minha matéria (e por que não dizer, este alerta) dizendo que ser moderno não é ter os melhores equipamentos à nossa disposição. Ser moderno é utilizar o melhor equipamento que existe em todo nosso planeta, que permite fazer pesquisas, construir raciocínios e arquitetar coisas inimagináveis. Este equipamento tem um nome: Cérebro!!!

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