Este livro procura analisar os significados das escritas de si na experiência de homens e mulheres que viveram a traumática experiência da escravidão.
Compreendo as escritas de si como “ego-documento”, uma vez que a narrativa e a memória são elementos constituintes da prática de registrar a própria vida. O livro se situa no âmbito das preocupações da História da Educação, campo de pesquisa fundamental para promover uma educação para as relações étnico-raciais, no sentido de combater a cristalização de preconceitos e estereótipos, e procuro indicar que as escritas de ex-escravizadas/os permitem a compreensão destes sujeitos como autores da própria história, apesar de toda a violência e brutalidade da escravidão enquanto instituição.
Ébano é uma árvore de origem africana, forte e resistente, assim como as pessoas que, apesar da escravidão, ousaram escrever suas próprias histórias, em primeira pessoa, num movimento plural e de enfrentamentos. As escritas de si foram essenciais para o florescimento destes sujeitos. Para além de sobreviver, existiram.
A autora, Alexandra Lima da Silva, contou com recursos da bolsa Jovem Cientista do Nosso Estado da UERJ para desenvolver a pesquisa. O livro, publicado pela editora Kitabu, foi contemplado no edital 02/200, Programa de Apoio à Editoração da FAPERJ.
O lançamento acontecerá no dia 21/09/2022.
Editora: FAPERJ.
Ano: 2022.
Imagem de destaque: Capa do livro.
Pingback: Jornal 361 - Pensar Educação