A educação brasileira jamais viveu tamanho descaso, nunca antes os atores educacionais em nosso país experimentaram um processo tão grotesco, tão maligno, fruto de um desgoverno cujo compromisso único é com o armamento de milicianos, com a perversidade e com a disseminação do ódio. Uma a uma, todas as conquistas da classe trabalhadora foram sendo dizimadas, destruídas por completo.
O fatiamento dos recursos MEC com os setores evangélicos, intermediado por alguns de seus ditos “pastores do povo de Deus” é um exemplo claríssimo do descomprometimento total para com a educação, além de atacar um dos principais pilares da escola democrática em seu aspecto laico. Assistimos ao ataque nunca antes presenciado por educadores e educadoras por meio da tentativa do rígido controle da sala de aula e dos conteúdos das aulas. Educadores e pesquisadores chegaram a ser presos por discordarem desses métodos e modelos. A tentativa da “escola sem partido”, da “reforma do ensino médio”, do controle dos conteúdos fundamentais sobre temas extremamente relevantes como as questões de gênero, etnias, religiosidade, culturas e direitos das minorias mostra com nitidez o despropósito deste governo nazifascista para com a educação e o conjunto de atores educacionais.
Em contrapartida ao descalabro do desmonte total da educação brasileira, estes senhores do poder só têm a oferecer o genocídio indígena, a morte de crianças, de mulheres e de homens pretos e pretas das periferias pobres das grandes cidades. Oferecem, ainda, como contrapartida ao descaso para com a educação, os ataques e assassinatos quase que cotidianos dos sujeitos das comunidades LGBTQIA+. Oferecem, ainda, o destroçamento da cultura diminuindo a quase zero os recursos voltados para a área. Implementam o desmonte das ciências, via corte na raiz das verbas para a pesquisa, a ausência completa de propostas de aumento real dos salários para os educadores e educadoras em todos os níveis, do Ensino Fundamental ao superior.
O que fazer?
O fato é que a educação nos tempos d’agora é terra arrasada. Cabe a nós comprometidos com uma educação pública e de qualidade, catar os cacos nos destroços dessa terra arrasada. Qualquer que seja o governo eleito neste pleito eleitoral de 2022, torna-se imprescindível nossa ação prática no sentido de repensar e reconstruir a educação no Brasil. Para isso, faz-se fundamental a articulação de conferências desde a base (Ensino Fundamental, Educação Infantil, graduação e pós-graduação), envolvendo os diversos atores educacionais, em um debate sério, de propostas que visem à reconstrução da Educação Pública em nosso país. Articulações de conferências municipais (com participação efetiva da base), conferências regionais, estaduais, culminando com uma grande e histórica conferência nacional, envolvendo todos os sujeitos sociais, sindicatos, associações de pais e moradores para repensarem a educação brasileira. Não somente pensar, mas, sobretudo, construir proposições para a reconstrução do MEC e de todas as instituições educacionais do país. Caso sejam eleitos estes senhores que hoje ocupam o poder no planalto central do Brasil, estas conferências assumem ainda o papel de resistência à política neoliberal implementada pelos agentes nazifascistas. Caso seja eleito outro governo, as conferências assumem o papel de reconstrução do desmonte da educação. Para isso, é preciso construir bancadas fortes no parlamento compostas por seres humanos que tenham compromisso com o país e que enxerguem a educação como um instrumento ímpar para o desenvolvimento humano e profissional, em prol da autêntica cidadania formada por atores sociais comprometidos em mudar os rumos da história de nosso país.
Nenhum voto aos agentes nazifascistas!
Nenhum voto aos componentes do denominado “centrão”!
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