Cortes no ensino, pesquisa e extensão

cenários e contextos dos tempos sombrios de hoje

 

Vagner Luciano de Andrade

Os problemas da docência no ensino regular deixaram de ser exclusividade da sala de aula ou do entorno da escola. A discussão agora se amplia pela nação. Há uma figura que se pretende exterminar, mesmo que indiretamente: o(a) professor(a). Desarticular sua formação crítica e reflexiva é a primeira tática. Haverá professores mudos que repassarão conteúdos vazios e sem conexão com a realidade. Alunos não se enxergarão como protagonistas sociais. A sala de aula será um clássico faz de conta, com professores fingindo que ensinaram e alunos simulando que aprenderam. E com aplausos de uma grande parcela da coletividade que se anestesiou nas últimas eleições. Estudantes de licenciaturas e professores acordem!!!

Fonte: Portal CTB/Divulgação

Quando nos remetemos ao ensino e à ciência na atualidade, muitos desafios se colocam no caminho a ser trilhado. Um dos principais relaciona-se aos tempos sombrios de agora, onde o governo federal afirma uma série de equívocos como educação enquanto gasto desnecessário, e os cortes na área do ensino superior, comprometendo relevantes programas de ensino, pesquisa e extensão. Verdadeiramente se quisermos uma sociedade de alienados e uma massa de manobra, a educação não deverá formar pensadores, mas sim marionetes que possam trabalhar submissas ao sistema perverso que tentam impor à nação.

Como se não bastasse à realidade complexa da educação, com seus múltiplos desafios cotidianos, como evasão, violência, professores desqualificados, ausência de familiares no processo educativo, baixos salários, o futuro impõe dificuldades àqueles que pretendem adentrar-se pelos caminhos obscuros da educação do século XXI. Mas não desistamos! A educação não pode se omitir perante os desajustes governamentais. Ela deve ser pauta prioritária na formulação de uma nova ordem social. Uma ordem sem resquícios militares, onde as ciências humanas não ameacem ninguém, mas reestruturem o jeito de ser/estar de cada ser deste país. A violência não pode imperar. A irresponsabilidade governamental não pode vencer. Uma resistência se levanta para legitimar a verdadeira democracia tão sonhada, após as décadas de ditadura militar. Sou professor! Tire sua arma do caminho, que eu quero passar com meus livros!

Assim a desarticulação da educação científica, e as intenções governamentais de destituição e desarticulação dos pesquisadores ecoam como um grito. Estão destruindo o Brasil. Ele será entregue de bandeja a quem? Quais serão os verdadeiros interesses que se ocultam na opressão do presente. Porque querem resgatar tempos pretéritos de pedagogia tradicional e tecnicista. Porque querem simular que não houve um golpe que matou a democracia, exilou milhares, torturou e matou, trouxe dor e sofrimento. Assim, à Didática das Ciências Biológicas, nas últimas décadas, se constituí, ao lado das Ciências Humanas, áreas profícuas de pesquisa indispensáveis è reestruturação do Brasil, com discussões que não se calarão. Estamos recuando, com grandes ameaças sobre a cultura e a ecologia brasileira. É tempo urgente de superar os desafios da atuação docente. Ser professor é ir além das práticas de ensino e dos muros da escola. É permitir que novos atores sejam gestados e formados para enfrentar esses desafios do tempos sombrios de agora, em busca de dignidade, de inclusão, de transformação. Assim, a importância da prática de Ensino e da Ciência se concretiza como meta para superar esses conflitos e desafios que se impõe aos Professores, alunos e comunidades escolares.

Fonte: SINTEP/Divulgação

Agora, mas do que nunca, precisamos ser um país que investe na formação inicial e também continuada de professores, e que invista maciçamente em Ciência e Educação. O Ensino, Pesquisa e Extensão são elementos que trazem resultados positivos para toda a coletividade. Pesquisar irrestritamente vai além da investigação, do cientista distante da ordem social, fechado em seu gabinete ou laboratório. Pesquisar exprime poder ao orientar sujeitos na construção de novos parâmetros que visem à melhoria da qualidade de vida, em todas as suas áreas e dimensões. A pesquisa pressupõe a potencialização da prática coletiva em prol de uma sociedade melhor. A investigação se correlaciona diretamente com a prática educativa ao promover a apropriação do vasto conhecimento historicamente acumulado pela humanidade.

Educar é se apropriar dos resultados da Pesquisa Científica e promover a construções de saberes e fazeres crítico-reflexivos, efetivando o “conhecer para transformar” promovendo a melhoria contínua da vida em comunidade. Assim, independentemente da docência ser uma atividade fácil ou difícil de ser realizada é preciso fortalecer a escola, o professor, os alunos, resguardando seus direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. A figura de um estado centralizado, controlador, ditador que molda sua ação supervisionada, coercitiva, opressora e cruel é um estágio que precisa ser revertido. A prática docente, seus contextos e atores precisam se articular e se fortalecerem. Somente uma sociedade que valoriza a Ciência e a Educação poderá evoluir, incluir e efetivamente transformar. Mas do que nunca é hora emergencial dos educadores se unirem e se ajudarem sendo Exemplos concisos e coesos de resistência, de reafirmação, de luta de legitimidade. 15 de maio: Dia Nacional da Greve na Educação. Vamos à luta, companheiro (a)!


Para ir além

MOITA Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro. ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra de. Ensino-pesquisa-extensão: um exercício de indissociabilidade na pós-graduação. In: Revista Brasileira de Educação v. 14 n. 41 maio/ago. 2009.

Como os cortes nas bolsas de pesquisa afetam o país.– Brasil 247. Zeca Dirceu

Cortes de até 45% afetam pesquisa em universidades federais no RS.– Gaúcha ZH.

Cortes do MEC nas universidades federais podem ferir a legislação.– Exame.com.

Universidades afirmam que corte de 30% do MEC pode comprometer ensino – Portal G1 EDUCAÇÃO. Por Deutsche Welle.

Instituições federais de ensino em PE apontam impacto causado por corte de verba anunciado pelo governo – Portal G1 PERNAMBUCO. Por G1-PE.

EDUCAÇÃO: Universidades afirmam que corte de 30% pode comprometer ensino – Portal DW (Portugal)

Imagem de destaque: Greve Nacional da Educação/Divulgação

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