A dolorosa jornada em busca da liberdade: uma leitura da série The Underground Railroad

Alexandra Lima da Silva

Baseada no premiado romance de Colson Whitehead, publicado em 2017, a série The Underground Railroad conta com a direção de Barry Jenkins, que faz sua estreia em uma websérie.

Estruturada em dez capítulos, a série explora os sombrios e perigosos caminhos da liberdade em ferrovias subterrâneas no sul escravista dos Estados Unidos. Nascida na violência da escravidão, o primeiro capítulo é protagonizado pelo casal Cora e Caesar, que fogem de uma plantation na Geórgia. Cora não perdoa a mãe, que 10 anos antes teria fugido e a abandonado na escravidão. 

Na fictícia Griffin, cidade situada no Estado da Carolina do Sul, Cora e Caesar acreditam ter encontrado paz, igualdade e segurança. Mas as pessoas deste lugar escondiam um segredo perverso, um projeto de extermínio de pessoas negras por meio de envenenamento e de esterilização em massa das mulheres. Pessoas negras eram cobais em um projeto de extinção e genocídio. 

Mais uma vez, Cora foge pelas ferrovias subterrâneas, no que contou com a ajuda de uma rede de abolicionista composta por pessoas negras e brancas. Ao longo de toda a série, Cora é perseguida por um caçador de recompensas Arnold Ridgeway, o qual acreditava  fervorosamente no “destino manifesto”, a ideia de que os brancos teriam o direito (e até mesmo o dever) de colonizar a América e escravizar pessoas negros para erguer o país. Certamente muitas pessoas que acreditam hoje numa “supremacia branca” nos Estados Unidos acreditam nestes valores. Com cenas fortes e violentas, a série confere protagonismo à luta das próprias escravizadas e na importância de ativistas, pessoas que anonimamente, e em segredo, arriscaram a própria vida pelo sonho de liberdade.

 

Para saber mais: 

Jenkins, Barry. The Underground Railroad. Amazon Prime Video, 2021.


Imagem de destaque: Amazon Prime Video

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *