Desmonte da Educação: como catar os cacos nos escombros? 

Valter Machado Fonseca

A educação brasileira jamais viveu tamanho descaso, nunca antes os atores educacionais em nosso país experimentaram um processo tão grotesco, tão maligno, fruto de um desgoverno cujo compromisso único é com o armamento de milicianos, com a perversidade e com a disseminação do ódio. Uma a uma, todas as conquistas da classe trabalhadora foram sendo dizimadas, destruídas por completo.

O fatiamento dos recursos MEC com os setores evangélicos, intermediado por alguns de seus ditos “pastores do povo de Deus” é um exemplo claríssimo do descomprometimento total para com a educação, além de atacar um dos principais pilares da escola democrática em seu aspecto laico. Assistimos ao ataque nunca antes presenciado por educadores e educadoras por meio da tentativa do rígido controle da sala de aula e dos conteúdos das aulas. Educadores e pesquisadores chegaram a ser presos por discordarem desses métodos e modelos.  A tentativa da “escola sem partido”, da “reforma do ensino médio”, do controle dos conteúdos fundamentais sobre temas extremamente relevantes como as questões de gênero, etnias, religiosidade, culturas e direitos das minorias mostra com nitidez o despropósito deste governo nazifascista para com a educação e o conjunto de atores educacionais.

Em contrapartida ao descalabro do desmonte total da educação brasileira, estes senhores do poder só têm a oferecer o genocídio indígena, a morte de crianças, de mulheres e de homens pretos e pretas das periferias pobres das grandes cidades. Oferecem, ainda, como contrapartida ao descaso para com a educação, os ataques e assassinatos quase que cotidianos dos sujeitos das comunidades LGBTQIA+. Oferecem, ainda, o destroçamento da cultura diminuindo a quase zero os recursos voltados para a área. Implementam o desmonte das ciências, via corte na raiz das verbas para a pesquisa, a ausência completa de propostas de aumento real dos salários para os educadores e educadoras em todos os níveis, do Ensino Fundamental ao superior.

O que fazer?

O fato é que a educação nos tempos d’agora é terra arrasada. Cabe a nós comprometidos com uma educação pública e de qualidade, catar os cacos nos destroços dessa terra arrasada. Qualquer que seja o governo eleito neste pleito eleitoral de 2022, torna-se imprescindível nossa ação prática no sentido de repensar e reconstruir a educação no Brasil. Para isso, faz-se fundamental a articulação de conferências desde a base (Ensino Fundamental, Educação Infantil, graduação e pós-graduação), envolvendo os diversos atores educacionais, em um debate sério, de propostas que visem à reconstrução da Educação Pública em nosso país. Articulações de conferências municipais (com participação efetiva da base), conferências regionais, estaduais, culminando com uma grande e histórica conferência nacional, envolvendo todos os sujeitos sociais, sindicatos, associações de pais e moradores para repensarem a educação brasileira. Não somente pensar, mas, sobretudo, construir proposições para a reconstrução do MEC e de todas as instituições educacionais do país. Caso sejam eleitos estes senhores que hoje ocupam o poder no planalto central do Brasil, estas conferências assumem ainda o papel de resistência à política neoliberal implementada pelos agentes nazifascistas. Caso seja eleito outro governo, as conferências assumem o papel de reconstrução do desmonte da educação. Para isso, é preciso construir bancadas fortes no parlamento compostas por seres humanos que tenham compromisso com o país e que enxerguem a educação como um instrumento ímpar para o desenvolvimento humano e profissional, em prol da autêntica cidadania formada por atores sociais comprometidos em mudar os rumos da história de nosso país.

Nenhum voto aos agentes nazifascistas!

Nenhum voto aos componentes do denominado “centrão”!


Imagem de destaque: Galeria de imagens.

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