Algumas reflexões sobre o ensino “tradicional” e as  novas tendências pedagógicas 

Stella Barbara

No panorama educacional da atualidade, o modelo das salas de aula e os métodos de ensino têm sido motivo de intensos debates e mudanças. O que tem gerado muitos debates sobre o que é educação e sobre como ela deve acontecer. 

Aqui, pretendo refletir como as novas metodologias estão adentrando as escolas e trazendo dúvidas sobre a eficácia do ensino tradicional.  Essa desconexão entre o modelo educacional vigente e as necessidades do mundo atual tem provocado transformações no modelo de ensino, na forma como os pais buscam uma instituição para seus filhos e principalmente na maneira como as escolas se vendem. Modificou-se também o papel do professor, que nesse processo é o de mediador, oferecendo orientações e feedbacks, mas o foco é o estudante e o seu desenvolvimento.

Entretanto, algumas instituições — para não dizer a maioria em peso — ainda permanecem arraigadas a um modelo “tradicional” de ensino. Embora muitas, mesmo com comportamentos  tradicionais, passam para os pais e vendem a ideia de uma escola construtivista. Os limites entre o “moderno” e o “tradicional” estão se esbarrando no modelo de escolas da atualidade.  Escolas construtivistas em suas postagens e marketing. Mas extremamente tradicionais  quando olhamos para o material didático adotado, na disposição  das carteiras, na maneira como o conteúdo é ministrado. Nesse contexto, as práticas pedagógicas adotadas pela instituição tendem a privilegiar as aulas expositivas, relegando os alunos a um papel secundário e limitando seu engajamento e sua participação ativa no processo de aprendizagem. A interação entre os estudantes é, muitas vezes, restrita a breves momentos de questionamento, deixando pouco espaço para o diálogo colaborativo e a construção coletiva do conhecimento. Além disso, é perceptível uma forte ênfase na memorização de conteúdos, em detrimento do desenvolvimento de habilidades cognitivas mais complexas e da capacidade de aplicar o conhecimento de forma prática e significativa. Embora o currículo técnico ofereça oportunidades para a experimentação e aplicação prática dos conceitos aprendidos, a abordagem pedagógica geral da instituição ainda carece de uma integração mais ampla dessas práticas inovadoras no cotidiano escolar.

Destaca-se, assim, a importância de se refletir e observar se estamos seguindo determinada tendência pedagógica por acreditar em sua ideologia por completo ou se é apenas uma “moda” estratégica de marketing para brilhar os olhos das famílias. Esse questionamento  cabe aos pais que escolhem a escola de seus filhos, aos professores  que aplicam o ensino e principalmente  aos gestores que determinam a identidade de cada instituição. 

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