Daniela Angelo Macari
Sou Daniela Angelo Macari, nascida nos anos 2000. Não tenho do que reclamar da minha infância: cresci em uma cidade pequena no interior do Paraná, conhecida por Palotina. Crescer em Palotina foi bom porque aproveitei muito minha infância vivendo mais perto da natureza, em meio a brincadeiras como balanços feitos em árvores, tendo alimentos mais naturais e uma vida calma. Não tenho muitas recordações de como foi minha experiência no ensino fundamental, mas lembro que eu gostava muito de ir à escola; era bastante dedicada aos estudos, e a primeira coisa que eu fazia ao chegar em casa eram as lições que haviam sido passadas.
A primeira escola que frequentei foi a Escola Municipal Luis Moacir Percicoti, situada no meu bairro. Eu ia até lá com meus vizinhos, que também eram meus colegas de sala. Lembro até hoje de como eu tinha um carinho muito grande pela Professora Jonair. Ela nos ensinava com muita paixão e era muito agradável estar presente em suas aulas. Dentre todos os professores da escola, essa é a única da qual recordo o nome e até sua aparência física. Ela nos incentivava. Nessa escola, aprendi a gostar muito de arte, desde pinturas até dança; tanto que, posteriormente, por volta dos 13 anos, comecei a fazer ginástica rítmica. Penso que vem daí meu hobby de fazer maquiagens artísticas.
Depois fui estudar em outra escola, ainda em Palotina: o Colégio Estadual Santo Agostinho, onde cursei todo o meu ensino fundamental e médio. Não gosto muito de refletir sobre meu ensino fundamental, pois foi um momento da minha vida em que sofri muito bullying na escola, mas mesmo em meio a isso fiz amigos com os quais tenho contato até hoje. Penso que eles me ajudaram de certa forma, pois consegui ficar nessa escola, embora pedisse para minha mãe me transferir para outro colégio. E ainda em meio a essas vivências, precisamente em 2014, meu irmão faleceu, o que me desestabilizou.
Então entrei no ensino médio e, após a morte do meu irmão, tive muitos gatilhos, desencadeando depressão e ansiedade; foi neste período que minhas notas começaram cair. Eu faltava bastante às aulas. O que eu gostava mesmo de fazer era ir ao curso de inglês que iniciei em 2013 e finalizei em 2017. Quando cheguei ao terceiro ano do ensino médio, eu saía muito para festas, não tinha interesse algum na escola, e então fui reprovada. Em 2018, refiz o terceiro ano e comecei trabalhar como auxiliar em uma creche na minha cidade, o Centro Municipal de Educação Infantil Pequeno Cidadão, e foi então que tive certeza que queria fazer parte do campo educacional.
Meu irmão mais velho foi uma pessoa muito importante para meu desenvolvimento como pessoa, digo que, para mim, ele é uma grande inspiração, além da minha mãe. Ambos sempre me apoiaram em minhas escolhas, me instruíram sobre como seria a vida. Tive incentivo vindo deles em relação aos estudos e carreira, tanto que uma das escolhas da minha vida acadêmica se deu por influência do meu irmão.
Para contextualizar, meu irmão cursava Ciências Sociais: eu lia os livros dele e me sentia muito interessada pelos assuntos. Então decidi fazer o vestibular para cursar Ciências Sociais na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), e felizmente, após terminar o ensino médio, consegui entrar. Foi assim que minha mãe, eu e meu padrasto nos mudamos para a cidade vizinha, Toledo, onde estava localizado o campus no qual eu iria estudar.
Em Toledo vivi momentos incríveis e conheci pessoas que foram muito importantes. Comecei um tratamento contra depressão, porém fiquei pouco tempo morando nessa cidade, menos de dois anos, pois foi quando começou a pandemia causada pela COVID-19, as aulas foram suspensas. Cursei apenas dois semestres de Ciências Sociais. Assim, minha mãe propôs mudarmos de estado; aceitei sua proposta e viemos para Santa Catarina, para a cidade de Camboriú, em novembro de 2020. Chegando aqui, já fui atrás dos meus estudos e vi que as inscrições para o Instituto Federal Cararinense, o IFC, estavam abertas. Me inscrevi e estou cursando o segundo semestre de Licenciatura em Pedagogia. Tive conhecimento do IFC por meio de uma amiga. Quando cheguei a Camboriú, fui também atrás de emprego. Eu estava procurando exercer alguma função na educação, mas estava difícil; portanto, comecei trabalhar como vendedora no Balneário Shopping, em Balneário Camboriú. Porém não foi uma experiência que deu certo e pedi demissão. Fiquei em torno de 4 meses desempregada e consegui um estágio remunerado em uma escola em Balneário Camboriú, a Escola Montessori Saber Viver.
Considero que todos os momentos que passei na vida foram importantes e significativos para me tornar quem sou hoje, desde vitórias até decepções; tudo que vivemos são aprendizagens. Tenho muito a agradecer à minha mãe e ao meu irmão por terem me apoiado tanto, e também a outras pessoas que não citei, mas tiveram um papel muito importante na minha vida. Este momento que estou vivendo está me trazendo diversos ensinamentos e espero continuar aprendendo ao longo da vida. Quero afirmar que a escola para mim, desde as primeiras experiências até a faculdade, é um lugar que representa um significado que ultrapassa a aprendizagem de conteúdos: é vida! Estando nela tanto como aluna, quanto como professora, são momentos que ficam marcados na memória.
E para encerrar queria dizer a todos que nunca se esqueçam do seu valor e da sua capacidade, somos capazes de tudo.
Para saber mais
Uma versão preliminar deste texto foi escrita como atividade avaliativa da disciplina História da Educação, do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto Federal Catarinense – campus Camboriú, ministrada pela Profa. Dra. Marilândes Mól Ribeiro de Melo. Para saber mais sobre a nova série de textos de estudantes do Instituto Federal Catarinense na coluna Entrememórias, clique aqui.
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