Questões fundamentais da Sociologia
Autor: Georg Simmel
Cidade: Rio de Janeiro
Editora: Zahar
Ano: 2006
Resenhista: Alice Cristhófaro
O livro que escolhemos para a resenha desta semana é um clássico visitado por inúmeros pesquisadores da Educação. Nascido em Berlim em 1858, Simmel lecionou na Universidade de Berlim e em Estrasburgo. Faleceu aos 60 anos, deixando importantes produções sociológicas e filosóficas, principalmente em formas de ensaios. Sua principal influência foi Kant, inclusive tendo-se doutorado pela Universidade de Berlim com a tese “A natureza da matéria segundo a monadologia física de Kant”, no ano de 1881.
Questões Fundamentais de Sociologia, publicado em 1917, um ano antes da morte de Simmel, oferece reflexões sobre a relação dos indivíduos com a sociedade, com atenção aos fatores que possibilitam a existência do que chama de vida social. A síntese conceitual realizada pelo autor oferece os principais pontos de sua visão sobre a Sociologia. Ainda, o autor estabelece reflexões sobre as questões do método nas pesquisas que envolvem temas relacionados à Sociologia ou ao estudo das sociedades em geral.
No primeiro capítulo. Simmel realizou uma pequena síntese sobre a formação do campo sociológico e as principais questões que envolvem o método de pesquisa sociológico e os problemas que tangem a Sociologia: seu caráter abstrato, a questão da objetividade nas Ciências, dentre outros elencados ao longo do texto.
O segundo capítulo, mais voltado à discussão da formação das sociedades e da relação entre os indivíduos, procura compreender as questões do pertencimento grupal, na integração entre os indivíduos para a formação da “massa” e os elementos que levam os sujeitos a se integrarem, de forma mais próxima ou mais distante.
Já o terceiro capítulo, mais denso em termos conceituais, elabora discussões sobre a sociabilidade e a sociação entre os indivíduos. Para Simmel (2006), a sociação é a organização dos indivíduos segundo os seus interesses, ideais mesmo que momentâneos ou duradouros, conscientes ou inconscientes, em consciência plena ou não, com uma finalidade específica. Tal constituição dá origem ao que o autor chama de “sociedade humana”.
A circulação de bens simbólicos ou materiais, além da necessidade dos sujeitos de conviverem em conjunto, para além do conteúdo específico de relações, onde também existe a satisfação da convivência, a felicidade grupal é considerado como um fenômeno social por Simmel (2006) apontado como a sociabilidade. Segundo o autor, as formas de sociação são acompanhadas por sentimentos de satisfação, onde as formas de contato entre os sujeitos ganham um significado dentro das relações, não apenas de maneira funcional.
Por fim, no quarto capítulo, Simmel desenvolve uma discussão sobre a Sociologia Filosófica, procurando entender de que forma as concepções de vida dos indivíduos nos séculos XVIII e XIX possibilitaram as condições de novas formas de vida individual, de conflitos e de valores objetivos para a vida dos indivíduos.
Uma das principais contribuições da leitura desse livro para a Educação é a possibilidade de compreensão dos indivíduos enquanto componentes de um tecido social que, através das formas de sociabilidade e sociação, passam a interagir gerando satisfação, prazer, felicidade, tensão e conflito. Não se trata apenas de uma colaboração conceitual, mas também uma forma de leitura dos arranjos sociais baseada principalmente na visão do indivíduo relacionado a um todo.
Entretanto, a leitura de outros autores que discutem as formas de sociabilidade e de formação das sociedades, tais como Norbert Elias e Marx Weber, poderão fornecer pontos de questionamento às limitações da teoria sociológica proposta por Simmel. Cabe a nós buscarmos um alargamento dessas perspectivas teóricas para a compreensão das principais questões que nos desafiam cotidianamente.
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