Negro Disfarce: um convite à escrita autoficcional em Oswaldo de Camargo

Alexandra Lima da Silva

Não é fácil manter o equilíbrio mental e físico durante uma pandemia. Durante as férias de janeiro fiz um pacto comigo mesma, o de tentar ler por prazer e não por obrigação. A literatura em suas diferentes expressões foi meu refúgio e meu oxigênio. Negro disfarce, de Oswaldo de Camargo foi minha primeira leitura em 2021. Texto curto, agradável, li como num sopro.

Filho de lavradores de café, Oswaldo de Camargo nasceu em Bragança Paulista/SP, em outubro de 1936. Autor de livros de poesia, romance e crítica. Nas palavras do próprio autor, trata-se de uma noveleta, pois trata-se da “busca não apenas de um texto curto de autoficção, entre o conto e a novela, mas a intenção de trazer para o leitor, misturadas intencionalmente com a ficção, questões que desde muito tempo vêm sendo levantadas e discutidas a respeito do elemento negro em nosso país no que diz respeito à questão da identidade”.

O livro conta ainda com prefácio do historiador Petrônio Domingues, para o qual Negro Disfarce “explora o universo pulsante de experiências afro-diaspóricas heterogêneas, plurais e multifacetadas”.

Deixo aqui um convite especial aos estudiosos da História da Educação no Brasil, para os quais o livro é especialmente interessante, pois confere especial destaque à escolarização de menino Deodato, menino negro “adotado” por um doutor da cidade. 

Para saber mais:

CAMARGO, Oswaldo de. Negro Disfarce. São Paulo: Ciclo Contínuo Editorial, 2020.

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