Diante de pessoas – descendentes de famílias provenientes da região do Oriente Médio – que, na Europa, eram obrigadas a mudarem de nome para trabalhar em serviços de telemarketing, ou para entregar currículos, há razões injustificáveis que justificam o terrorismo. A educação não tem dado conta de mostrar aos cidadãos do mundo os mais sensatos direitos de cidadania. Em visões unilaterais, os livros de história contribuem para a destruição de civilizações, fazendo-nos acreditar, por exemplo, que o Brasil foi descoberto (em detrimento da cultura dos que aqui já viviam) e que civilizações mais “avançadas” construíram suas bases a partir do próprio mérito. Mentiras as quais temos que conviver e que reforçam ainda mais o que podemos chamar de “choque de culturas”.
A barbárie vista nos ataques recentes a Paris molda o nosso cérebro, ativando regiões responsáveis pelo desencadeamento da autoproteção, resultando em um medo constante. O pavor que marca o inconsciente coletivo acirra ainda mais os conceitos previamente formulados (preconceitos), imbuindo a Educação a uma carga ainda maior do que a atual.
O compromisso da Educação é com a verdade. Enquanto no Brasil vemos jovens roubando, não para matar a fome, mas em nome da “ostentação”, no plano internacional vislumbramos uma guerra que se alastra em proporções mundiais. Ambas as situações possuem como pano de fundo o choque de culturas. A religião não escapa, como componente cultural e como geradora de ódio/intolerância.
Enquanto continuarmos glamourizando padrões sociais e bens materiais, valorizando determinadas culturas em detrimento de outras, sempre haverá grupos de pessoas, igualmente egoístas, querendo se destacar de alguma forma, nem que para isso o roubo e o terrorismo justifique ganhar algum tipo de destaque.
Isso ficou muito claro nas chacinas praticadas por jovens mundo afora, justificadas por um sentimento de rejeição que, alcançando o auge do egoísmo, manifesta-se em privar outros do direito da liberdade e até da própria vida. Isso, igualmente, ficou claro, quando um representante do Estado Islâmico arrastava corpos amarrados em uma caminhonete, narrando que, anteriormente, carregava presentes trazidos da França para a família, e agora, com imenso orgulho em sua fala, carregava corpos.
Esse choque de cultura é culpa de todos nós. Somos, ao mesmo tempo, vítimas e algozes. Diferente do que o presidente da França anuncia, que a França é uma referência de liberdade, hoje, talvez mais do que nunca, é um local de medo, de prisão física e psicológica, onde indivíduos marcados por uma herança inesquecível de medo, moldam seus cérebros com os piores sentimentos que o ser humano pode cultivar. A Educação há de cumprir seu papel, é urgente.
Nós, professores, ignorantes da nossa própria cultura, ainda cremos em direitos universais, mas não somos capazes de redesenhar a visão que temos da história do nosso próprio país. Nós, enquanto – desconhecedores da própria história da Educação, da existência de ideologias por trás dos conteúdos escolares – estendemos um tapete pelo qual a sorridente ignorância caminha ao lado dos que buscam o poder e a manutenção das castas brasileiras (castas de conhecimento, sociais e de padrão de renda). Acreditamos ainda que, por nos furtarmos de reflexões sociais mais profundas, nossa prática não carrega algum tipo de ideologia – ledo engano que mantém o status quo nacional e mundial.
Portanto, enquanto não descontruirmos a história que é contada nos “livros de história”. Enquanto TODOS os professores não se engajarem em transmitir conteúdos atitudinais vinculados às suas áreas de conhecimento (demonstrando em quê determinado saber irá auxiliar a sociedade), enquanto não revolucionarmos nossa prática educativa, o caldo de culturas (seja de classes sociais em um mesmo país ou de países diferentes) serão simples componentes de verdadeiras bombas. Estas explodem diariamente em nossas mãos, quando não podemos mais sentar em frente de nossas casas. Estas explodem quando culturas são impostas. Estas continuarão explodindo enquanto a Educação (não somente ela) não contribuir com o fim desse ciclo de intolerância que parece não ter fim.
Conhecimento salva, conhecimento mata!
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