ENEM: mais uma vítima do Governo Bolsonaro?

Editorial número 339 do Jornal Pensar a Educação em Pauta

O Exame Nacional do Ensino Médio –  ENEM 2021, que se realiza nos dias 21 e 28 de novembro, demonstra, mais uma vez, o efeito corrosivo do Governo Bolsonaro para a população brasileira. Criado em 1998 para avaliar os estudantes ao final da Educação Básica, o  ENEM se transformou ao longo dos tempos e, hoje, é a principal via de acesso ao ensino superior brasileiro.

O exame ocorre, hoje, sobre críticas as mais diversas, que vão do questionamento à segurança do sigilo das provas à busca das responsabilidades pela mais  baixíssima participação dos(as) jovens estudantes no mesmo.

Não resta dúvida, nos parece, que a responsabilidade por todos estes problemas é o Governo Bolsonaro que, por meios de seus Ministros e prepostos, tem feito de tudo para desacreditar o ENEM como, de resto, tem feito para o conjunta das políticas da educação. O problema a ser observado não é, infelizmente, apenas a baixa adesão ao ENEM. Na verdade, esta é apenas a face visível de um problema muito mais profundo e sério.

O que temos visto nos últimos anos tem sido uma ação reiterada dos Ministros da Educação e vários de seus prepostos no sentido de convencer a população brasileira e, mais especificamente à juventude, de que não é necessário ou, de forma mais pragmática, de que não há ganho algum em fazer o ensino superior. Junto disso, vem a mensagem de que o ensino superior brasileiro é caro, ineficiente e desnecessariamente grande, já que uma formação mais aligeirada atenderia mais aos anseios da população do que um demorado percurso escolar.

Neste sentido, o sucateamento das instituições federais de ensino médio e superior, ao mesmo tempo que vem ao encontro das políticas recessivas de oferta de vagas defendidas pelo MEC, contribui para a criação de condições para que o ensino superior seja cada vez mais ocupado e ofertado pela iniciativa privada. Isso se já não bastasse que quase 76% das vagas do ensino superior brasileiro já são ofertadas pelas instituições privadas! Mas o Governo Bolsonaro e as aves de rapina que o acompanham querem mais; querem tudo!

Nesta perspectiva, desestruturar o ENEM, criar barreira para que os(as) jovens dele participam, desacreditar as ciências e sucatear as instituições de ensino superior pública, além de  desestimular a expectativa de acesso às mesmas, a absoluta incompetência e má vontade de agir na mitigação dos efeitos da pandemia no aumento das desigualdades escolares, dentre outros aspectos, é parte de um mesmo projeto bolsonarista. 

Diante disso, é preciso denunciar que não se pode debitar na conta da pandemia os problemas do ENEM deste ano. Como em outras áreas, também na educação, o “efeito Bolsonaro” tem sido muito mais devastador do que a própria pandemia, por isso também o governo deve ser responsabilizado e seus chefes julgados e condenados nos tribunais da história e da justiça.


Imagem de Destaque: Guilherme Peters/Agência Pública

 

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ENEM: mais uma vítima do Governo Bolsonaro?

O Exame Nacional do Ensino Médio –  ENEM 2021, que se realiza nos dias 21 e 28 de novembro, demonstra, mais uma vez, o efeito corrosivo do Governo Bolsonaro para a população brasileira. Criado em 1998 para avaliar os estudantes ao final da Educação Básica, o  ENEM se transformou ao longo dos tempos e, hoje, é a principal via de acesso ao ensino superior brasileiro.

O exame ocorre, hoje, sobre críticas as mais diversas, que vão do questionamento à segurança do sigilo das provas à busca das responsabilidades pela mais  baixíssima participação dos(as) jovens estudantes no mesmo.

Não resta dúvida, nos parece, que a responsabilidade por todos estes problemas é o Governo Bolsonaro que, por meios de seus Ministros e prepostos, tem feito de tudo para desacreditar o ENEM como, de resto, tem feito para o conjunta das políticas da educação. O problema a ser observado não é, infelizmente, apenas a baixa adesão ao ENEM. Na verdade, esta é apenas a face visível de um problema muito mais profundo e sério.

O que temos visto nos últimos anos tem sido uma ação reiterada dos Ministros da Educação e vários de seus prepostos no sentido de convencer a população brasileira e, mais especificamente à juventude, de que não é necessário ou, de forma mais pragmática, de que não há ganho algum em fazer o ensino superior. Junto disso, vem a mensagem de que o ensino superior brasileiro é caro, ineficiente e desnecessariamente grande, já que uma formação mais aligeirada atenderia mais aos anseios da população do que um demorado percurso escolar.

Neste sentido, o sucateamento das instituições federais de ensino médio e superior, ao mesmo tempo que vem ao encontro das políticas recessivas de oferta de vagas defendidas pelo MEC, contribui para a criação de condições para que o ensino superior seja cada vez mais ocupado e ofertado pela iniciativa privada. Isso se já não bastasse que quase 76% das vagas do ensino superior brasileiro já são ofertadas pelas instituições privadas! Mas o Governo Bolsonaro e as aves de rapina que o acompanham querem mais; querem tudo!

Nesta perspectiva, desestruturar o ENEM, criar barreira para que os(as) jovens dele participam, desacreditar as ciências e sucatear as instituições de ensino superior pública, além de  desestimular a expectativa de acesso às mesmas, a absoluta incompetência e má vontade de agir na mitigação dos efeitos da pandemia no aumento das desigualdades escolares, dentre outros aspectos, é parte de um mesmo projeto bolsonarista. 

Diante disso, é preciso denunciar que não se pode debitar na conta da pandemia os problemas do ENEM deste ano. Como em outras áreas, também na educação, o “efeito Bolsonaro” tem sido muito mais devastador do que a própria pandemia, por isso também o governo deve ser responsabilizado e seus chefes julgados e condenados nos tribunais da história e da justiça.


Imagem de Destaque: Guilherme Peters/Agência Pública

 

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