É tempo de esperançar!

Desde que apareceu, o Pensar a Educação, Pensar o Brasil tem sido um espaço fundamental em defesa do Estado Democrático de Direito e da radicalização das políticas públicas em direção à construção de uma sociedade igualitária, inclusiva, sem racismo, homofobia, machismo e todo o tipo de violência praticada contra as populações humanas e não humanas que habitam nossos territórios, especialmente aquelas mais vulneráveis.

Especialmente após o Golpe que retirou da Presidência da República uma mulher legitimamente eleita e ilegalmente destituída do cargo, nossas ações se transformam, ao lado de outros coletivos, numa trincheira contra o avanço do fascismo, da destruição do Estado, das políticas públicas e das violências contra todas as populações que não se adequam ao apertado figurino classista, racista, machista e homofóbico estabelecido pelos militianos que tomaram de assalto a república.

A linguagem da guerra – trincheira, luta, destruição – é aqui tomada conscientemente para a explicitação da guerra que neste país se trava, incessantemente, entre as forças da vida e da morte, da guerra e da paz, dos livros e das armas. A este respeito, nunca é demais lembrar que aqui se matou e se morreu mais nos últimos anos, devido à ação ou omissão dos militianos e seus aliados do que em boa parte das guerras contemporâneas espalhadas pelo mundo afora.

Nestes tempos e diante das forças de destruição, as trincheiras foram, sem dúvida, construídas pelas redes de solidariedade estabelecida pelos coletivos organizados pela própria população e pelas estruturas de Estado que, apesar do investimento em contrário, se mostraram atuante e robustas o suficiente para evitar que o desastre e a destruição fossem muitos maiores.

No entanto, como dizia nosso poeta, Carlos Drummond de Andrade, é no interior das mais densas noites que o amanhecer se anuncia. E ele vem acompanhado da esperança de que, enfim, possamos sair da defensiva, da trincheira e da resistência e avançar na construção de nossos melhores e mais generosos sonhos para o Brasil. É tempo de esperançar!

Ainda que nossos melhores sonhos e nossas esperanças jamais tenham sido destruídos, neste momento em que se aproxima a mais importante das eleições da história do Brasil, não poderíamos deixar de evocar nosso Patrono, nossa referência maior da educação democrática: o grande Paulo Freire. Para dele emprestar imagens, ideias, sonhos, atitudes e esperanças compartilhadas por milhões de brasileiras e brasileiros sobre o país que queremos para todes nós! É tempo de esperançar!

Desejamos que no próximo domingo, dia 02 de outubro, possamos coletivamente dar um basta, um fim e jogar para o limbo da história as forças da destruição e da morte que nos trouxeram até aqui. É chegado o momento da reconstrução nacional e os suaves acordes da democracia e da alegria já podem ser ouvidos! Esperancemos, pois se aproxima o momento de festejarmos com todas as populações que habitam nossos territórios!


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