É preciso reviver as memórias de afetos para sobreviver neste período de pandemia.

Sander Palmer Batista Marques

Aproximadamente, há um ano, eram fechadas as portas de acesso às Universidades. Um fechar de portas não intencional, e sim para garantir o direito à vida. Estar isolado, é uma medida para garantir a sobrevivência, da gente e de quem está próximo, é saber reconhecer que este é um ato de empatia, de dar ao outro um pouco de esperança,  de diluir o medo. A universidade faz falta para muitos, mas, é preciso reconhecer que a universidade não é só um espaço de conhecimento acadêmico e sistematizado, é um espaço de ser e estar, de diálogos, de rodas de conversa sobre a vida, de nossos desafios, questões pertinentes como: O que vou fazer depois que formar? Das discussões políticas, de lutar todos os dias por uma educação inclusiva e de qualidade, um espaço de dividir alegrias e angústias. Estar isolado tem se tornado um desafio para quem vive, é um estado ocioso e cansativo, de estar no vazio, onde, muitas vezes, é a gente com a gente mesmo. 

De algum modo, é preciso repensar as maneiras de não entrar nos vazios do isolamento, e para isso é preciso resgatar nas memórias momentos de afeto. A memória é um instrumento que tem a capacidade de ir e vir, trazer momentos que estão ali, gravados, sentidos e vivenciados de diversas maneiras. A memória é uma Maria fumaça que transita pelas serras de Minas, é um pão de queijo com café, as aulas de colorir na educação infantil, são os amigos, os conflitos, é a vida! Resgatar a memória de momentos de afeto é essencial para sobreviver nos dias difíceis. Estamos passando por uma tempestade, um furacão, na luta contra o vírus, e ao mesmo tempo em que temos que lidar com um desgoverno que deseja apagar as memórias de afeto na tentativa de reescrever o desgosto e a desilusão. É preciso resgatar as memórias de afeto, é preciso beber delas as oportunidades de,  continuar lutando, e de buscá-las com frequência para garantir o nosso direito de viver. 


Imagem de destaque: PxHere

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