Do político ao educador: memórias de Antônio Borges Sampaio – Mauro Cazarotti

Do político ao educador: memórias de Antônio Borges Sampaio

Mauro Lúcio Batista Cazarotti

O “Velho Sampaio”, como era conhecido pelos amigos, nasceu em Quinta do Pego, na freguesia de Valença do Douro, em Portugal, atualmente chamada de Valença do Ouro. Um português que contribuiu para o intitulada Desemboque, mais tarde Vila Uberabinha, e, posteriormente, cidade de Uberaba. Destacou-se como intelectual, médico, advogado, prefeito e o primeiro historiador da região “da farinha podre” no Triângulo Mineiro.

Nasceu no segundo dia de fevereiro de 1827, e veio para o Brasil em 11 de agosto de 1844. Aos 17 anos, em Santos(SP), empregou-se como caixeiro num estabelecimento que comercializava sal grosso, e, depois, foi enviado para Uberaba-MG, como gerente de uma casa de sal. Em Uberaba, chegou em 1847 para instalar uma filial da casa comercial em que trabalhava. Casado com Maria Cassimira de Araújo, com quem teve 4 filhos, e que era irmã do Barão da Ponte Alta.

Em 1849 fundou sua própria empresa, a Eloy & Sampaio. Porém, somente em 1850, instalou-se por conta própria na primeira casa da cidade de Uberaba, onde hoje se encontra o Hotel Palace Chaves, construída pelo sargento-mór, Antônio Eustáquio, posteriormente conhecido como “Major Eustáquio”. Na época, abriu uma farmácia no andar térreo e trabalhou como farmacêutico. Em 1851, naturalizou-se brasileiro em o ato Imperial de 06 de setembro de 1851. Nesta mesma época, iniciou-se como um dos primeiros jornalistas do Triangulo Mineiro e de Uberaba, atuando por um jornal próximo da capital do Rio de Janeiro, localizado na cidade de Niterói. Na mesma época, foi também o correspondente, para a Região Centro Oeste, do Jornal do Comércio do Rio Janeiro.

Antônio Sampaio foi, ainda, servidor da Companhia dos Correios e Telegrafo, curador geral de órfãos, responsável pela delegacia de polícia atuando como subdelegado e suplente de delegado, comissário do censo (cargo pelo qual foi indicado ao posto) e promotor de justiça. Exerceu também o magistério, atuando por um bom tempo como professor, tendo sido diretor da Escola Normal Oficial, além de advogado e cirurgião do 32º batalhão da Guarda Nacional.

Antônio Borges Sampaio

102

Fonte: Academia de Letras do Triangulo Mineiro

Como historiador, escreveu numerosos e valiosíssimos trabalhos sobre a História de Uberaba, a exemplo do livro “Uberaba: História, Fatos e Homens”. Chegou, com tanta dedicação, ao posto de Tenente Coronel Antônio Borges Sampaio. Sempre esteve em atento às questões de sua época e com preocupações sociais para o povo e com a sociedade. Sampaio Correia destacou-se como historiador e levando o nome de Uberaba para história do Brasil.

Também se elegeu vereador na cidade por onde foi exercida durante vinte e cinco anos 1853 a 1878. Em 1855 – achando que já estava passando da hora de morar em uma CIDADE em vez de em uma VILA –, o tenente-coronel juntou-se ao seu colega vereador e também tenente-coronel Manoel Garcia da Rosa Terra, uberabense de nascimento, e os dois percorreram Uberaba para fazer um recenseamento. O resultado foi acatado pela Câmara, que o encaminhou à assembleia legislativa provincial requerendo a elevação de Uberaba à condição de cidade. A vitória veio em 2 de maio de 1856. Contribuiu, pois, para a elevação da vila de Uberaba à categoria de cidade, labutou e auxiliou para elevar a vila de Uberaba a Cidade, chegou a ser presidente da Câmara e também prefeito da cidade no período de 1878 a 1883.

Anos depois de sua instalação em Uberaba, ficou amigo de várias pessoas da sociedade local e também do Brasil. Uma destas amizades foi o Capitão Domingos, mais tarde, Juiz Municipal, e exerceu outros cargos púbicos. Pouco depois do falecimento do Capitão Domingos, Borges Sampaio comprou a Fazenda da Conquista dos seus 14 herdeiros, terras estas que ficam, hoje, na saída de Uberaba para São Paulo.

Atualmente Uberaba desconhece este homem, que muito fez por esta cidade, sendo um dos primeiros moradores da cidade a elaborar um notável trabalho sobre a nomenclatura das ruas para a Câmara Municipal nomeá-las oficialmente. Antônio Borges Sampaio foi homenageado com apenas nome em uma rua em um bairro tradicional na cidade. Sua história foi esquecida entre os próprios moradores desta rua como se não fizesse uma alusão à Antônio Borges Sampaio, um homem que fez muito pela cidade e por este País, e, ainda, com um da rua “Coronel Sampaio”, no bairro estados unido, que de tão inespecífico chega até mesmo a ser confundido com homônimo que lutou na Guerra do Paraguai.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *