Em 24 de agosto de 1974 tive minha primeira carteira assinada como professor. A escola era uma daquelas conhecidas, na Bahia de ontem, como “fábricas” e ficava ali em Nazaré, bem pertinho do tradicional e púbico Colégio Severino Ribeiro. Depois daquela primeira experiência (quase traumática!) como professor dessa “espécie” de escola, não parei mais de atuar na educação. Trabalhei como professor em um bom número de colégios de Salvador e também de Feira de Santana.
Ao longo desses mais de 40 anos de profissão percebo, claramente, que um mantra sempre me perseguiu e faz parte da minha ação cotidiana: a defesa de um professor qualificado e ativista.
Hoje celebramos o Dia do Professor e nada melhor do que fazermos isso com festa. Sim, porque para nós, professoras e professores, todo dia é dia de luta e de festa, pois a educação é, essencialmente, um ato de amor, um ato de solidariedade para com o outro. E isso não quer dizer que ser professor seja um sacerdócio. Não, somos profissionais que precisam ser respeitados e valorizados e isso não temos visto nas políticas públicas ao longo dos anos. Desde o início de minha vida profissional, atuando em sala de aula como professor de Físcia e envolvido ativamente na retomada do nosso Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (SINPRO-Bahia) nos anos 1978/1979, tínhamos, e ainda temos, uma grande preocupação com questões cruciais para podermos ter uma educação que atenda toda a população, que seja de qualidade, laica e gratuita e que forme cidadãos plenos e não apenas consumidores, seja de produtos ou informações.
Insisto que um professor precisa ter uma boa formação, inicial e continuada, bons salários e adequadas condições de trabalho. Esse tripe é fundamental para promovermos a revolução que necessitamos na educação. Isso exige um professor de tempo integral, fixo em uma única escola, com tempo para interagir com os colegas, para estudar e preparar aulas, para, enfim, ser um autor e, não, um mero reprodutor das informações distribuídas pelos sistemas, sejam eles os públicos ou privados.
Nossas lutas não são pequenas. Mas a alegria, que sempre nos acompanha, merece ser destacada e celebrada. Justo por isso, aproveitando o lançamento do meu novo livro, um livro de um professor sobre professores, vamos celebrar, com o apoio do SINPRO-Bahia, o dia do professor com uma feira de livros, um show de Chirlei Dutra, e o lançamento dos livros Uma Dobra no Tempo – um memorial (quase) acadêmico, de minha autoria, e “Projeto UCA: entusiasmos e desencantos de uma política pública”, fruto de nossas pesquisas na academia, organizado pelas colegas professoras Elisa Quartiero, Maria Helena Bonilla e Monica Fantin.
Faremos essa festa hoje, dia 15/10, aqui em Salvador, a partir das 19 horas, no belo Palacete das Artes, na Graça. Na feira de livros, teremos descontos especiais das duas editoras públicas que editam nossos livros: Editus e Edufba.
Salve o dia do professor, salve o nosso dia. Esperamos vocês nessa celebração, seja ao de corpo e alma ou só de alma!
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