Embora uma avalanche de notícias bombásticas, desarticuladoras das políticas sociais causem uma confusão, é necessário se organizar e explicitar as pautas que defendemos, dado o momento histórico no qual estamos vivendo. Atrás da narrativa de “acabar com a corrupção” e “combater o comunismo” tentam criar o consenso de que todas as ações justificam o que chamam de desaparelhamento e, também, as rachaduras criadas nos direitos das trabalhadoras e trabalhadores.
Pelos seguintes motivos (e outros tantos), dia 14, vamos todos às ruas:
– contra a política da morte, que favorece as mortes no trânsito (decorrentes do aumento da tolerância à imprudência e não obrigatoriedade de proteção de crianças e bebês), as mortes por arma de fogo e as mortes decorrentes de acidentes no trabalho por falta de EPI;
– contra a ideia obscurantista de que a Terra é plana, de que nazismo é de esquerda, de que políticas sociais é “coisa de comunista”;
– em defesa da Previdência Social (superavitária), pois a que está sendo proposta significa o fim do direito de aposentar-se;
– em defesa das políticas geradoras de emprego e renda;
– pelo desvendamento do que representa a Lava Jato e a relação com o(s) Golpe(s) que iniciaram com a saída de Dilma Rousseff da presidência;
– em defesa das Estatais, superavitárias e que contribuem para o desenvolvimento social;
– pela educação básica, graduação e pós-graduação (escolas, Universidades Públicas e Institutos Federais), pois os cortes visam dar fim ao ensino público gratuito e laico;
– pela liberdade de imprensa e de expressão e pela livre manifestação;
– para denunciar as tentativas de considerar a Ditadura Militar (1964 – 1985) como um período aceitável, assim como o Instituto Vladimir Herzog e o Conselho Federal da OAB fizeram, ao denunciar em março, à ONU, esta tentativa;
– para combater os constantes golpes aos Direitos Humanos;
– contra a facilitação da posse e porte de armas;
– contra o pacote de leis anticrime deste governo;
– pela política de controle de drogas;
– pela demarcação das terras indígenas;
– pela manutenção dos direitos das comunidades quilombolas;
– contra a exoneração de 11 integrantes do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, como já está sendo denunciado nas Nações Unidas;
– contra o enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente, que, atualmente está revisando a defesa de 334 Unidades de Conservação;
– contra o fim da fiscalização em defesa do meio ambiente;
– pelo retorno do Ministério do Trabalho;
– contra arbitrariedades, como o afastamento do fiscal que multou o atual presidente e o descaso com o fuzilamento do músico e da sua família no Rio de Janeiro;
– contra a nomeação, pelo ministro Salles, de policiais em lugar de especialistas em biodiversidade (o mesmo Salles, condenado por improbidade administrativa por fraudar documentos relacionados ao rio Tietê);
– contra a destruição de políticas voltadas às questões climáticas. Destruição materializada pela negação em sediar o maior evento sobre o clima do mundo (a COP-25);
– pela gravidade que significa a manifestação clara e contrária ao governo de 8 ex-ministros do Meio Ambiente (sobre o desmonte dos mecanismos de proteção ao meio-ambiente), de ex-ministros da Educação (sobre os cortes na educação) e de ex-ministros da Justiça (sobre a liberação do porte de armas);
– pela notável relevância de incontáveis artistas, personalidades, ativistas e dos mais variados grupos (como, por exemplo, as Mães da Praça de Maio, na Argentina) estarem manifestando repúdio em relação ao que está acontecendo no Brasil decorrente do atual governo;
– contra a clara inserção do Brasil em movimentações ligadas à políticas de guerra;
– a favor do esclarecimento do assassinato de Marielle Franco;
– contra o obscurantismo que pauta as decisões políticas atuais, ao desconsiderar pesquisas e a ciência como base para a elaboração das políticas públicas;
– contra o obscurantismo que desconsidera o verdadeiro motivo da dívida pública;
– contra o favorecimento de bancos em detrimento da vida humana;
– contra a ideia esdrúxula de que o atual presidente é um enviado divino;
– contra a ideia bizarra de que arma em casa resolve a questão da violência contra a mulher ou que favorece a segurança da família;
– contra a culpabilização das trabalhadoras e trabalhadores pelo próprio desemprego;
– contra a ideia de que menos direitos fará gerar mais empregos;
– contra a subserviência do Brasil aos Estados Unidos;
– a favor da autonomia do Brasil, da soberania nacional a partir do desenvolvimento da ciência e tecnologia e do fortalecimento da América Latina;
Avante!!! Pelas pautas acima e por tantas outras que poderiam estar elencadas neste breve texto de incentivo aos que, no dia 14, não irão fechar os olhos frente aos ataques à vida humana. A vida depende das políticas sociais, da ciência, do emprego e renda e da soberania nacional que a educação proporciona.
É hora de lutar contra a falácia de que a reflexão sobre a realidade, proporcionada pela área de humanas, é prejudicial ao país. A vida humana é feita de reflexão. Ao deixarmos de pensar, deixamos de ser humanos. A tentativa de transformar os seres humanos em máquinas não prevalecerá porque temos nossas Armas.
As “Humanas” não deixarão, pois ainda podemos pensar, ainda temos as Artes, a Filosofia, a Sociologia e tantas outras “Armas”.
Vamos todos dia 14 às ruas… com a ARMA do conhecimento.
Vamos ARMADAS e ARMADOS de LIVROS!
Imagem de destaque: Corumbá 2019. Foto: Keity Souza Arruda http://www.otc-certified-store.com/mental-disorders-medicine-europe.html https://zp-pdl.com www.zp-pdl.com