Clássicos da educação brasileira

João C.R. Andrade*

O trabalho “Clássicos da Educação brasileira”, v. 1, organizado pela pesquisadora Maria do Carmo Xavier (PUC/Minas), e, do Projeto “Pensar a Educação, Pensar o Brasil”, brinda – nos com as resenhas de alguns desses trabalhos, instigando – nos à experiência de suas leituras, ou podemos, também, tê-las como uma “entrada” àqueles clássicos. Em tempos de pouca afeição ao pensamento histórico, à experiência da crítica fundamentada, à autoria, os pesquisadores e historiadores da educação, nesse trabalho, nos estimulam, através de suas resenhas de alguns dos “Clássicos da Educação brasileira”, que se situam entre anos 1930 e 1960, nesse volume, a retomar os contatos com essas memórias e produções de nossa intelectualidade de outrora, há muito, relegadas ao esquecimento, em um país pouco afeito às suas diversas memórias, e ao projeto de construção de um espaço público mediado pela escola republicana, ou seja para todos, ou pelo menos deveria ser.

Inicialmente, temos o sumário do trabalho, em seguida, na apresentação, se levantam densas questões acerca de dimensões dos Clássicos da educação brasileira, entre elas destacamos o esquecimento, contemporâneo, das contribuições de Carneiro Leão, Fernando de Azevedo, entre outros, à história da educação, e, por fim, apresentam aqueles trabalhos. Depois, outros pesquisadores e historiadores da educação, oferecem-nos convidativas “entradas”, às dez obras resenhadas, nos estimulando a “degustá-los”, “saboreá-los”, tendo presente os múltiplos movimentos sociohistóricos, e culturais nos quais aqueles pensadores brasileiros elaboraram suas densas reflexões analíticas, e por vezes, indiciando algumas proposições, dimensões aquelas, talvez perenes, em nossa longa história da educação, não apenas escolar.

Assim Diana Vidal, e André Paulilo nos mobilizam à obra, “Introdução ao Estudo da Escola Nova”, de Lourenço Filho; Juliana Cesário Handan, nos instiga à obra, “Pela Escola Ativa”, de Firmino da Costa; Marta Maria Chagas de Carvalho, nos mobiliza à obra, “A Cultura Brasileira”, de Fernando de Azevedo; Thaís Nívea de Lima e Fonseca, nos instiga à obra, “O Método Pedagógico dos Jesuítas. O Ratio Studiorum: introdução e tradução”, de Leonel Franca; Bruno Bontempi nos mobiliza à obra, “As Reformas Pombalinas da Instrução Pública”, de Laerte Ramos de Carvalho; Leziany Silveira Daniel, nos instiga à obra, “Introdução ao Estudo do Currículo da Escola Primária”, de João Roberto Moreira; Eliane Marta Teixeira Lopes nos mobiliza à obra, “Primórdios da Educação no Brasil”, de Luiz Alves de Mattos; em seguida Léa Pinheiro Paixão, nos mobiliza à obra “Professores de Amanhã”, de Aparecida Joly Gouveia; no penúltimo trabalho Marcos Cesar de Freitas, instiga nos à obra “A Escola numa área Metropolitana”, de Luiz Pereira, e a última resenha foi escrita por Maria do Carmo Xavier, nos instigando a conhecer a obra “Educação e Sociedade n     o Brasil”, de Florestan Fernandes. E, nas últimas páginas temos a parte “Sobre os Organizadores e Autores”, encerrando com uma apresentação da Coleção Pensar a Educação, Pensar o Brasil.

As resenhas, buscaram pontuar alguns aspectos fundantes de cada obra, proporcionando uma “entrada” às mesmas, e mobilizando-nos a “saboreá-las. Dessa forma, poderemos buscar posteriores aprofundamentos acerca da Escola Nova; aspectos da escola ativa (sala de aula, autoformação, e formação de professores); reflexões acerca da “Cultura Brasileira”, naquele período histórico; dimensões das relações entre tradição e modernidade emergentes do método pedagógico dos Jesuítas; recontextualização, e revisão de olhares redutores acerca das reformas pombalinas; compreensão e busca de realização de um currículo da escola elementar fundado em bases mais amplas; a importância de uma escrita da história da educação baseada em fontes; dimensões potencializadoras ou não da escolha do magistério feminino na década de 60; a importância do estudo de caso, visando compreender a interrelação entre as experiências rural e urbana nos espaços da escola, entre finais de 1950 e início de 1960; e o último trabalho resenha “Educação e Sociedade” de Florestan Fernandes, destacando essa relação.

Esse trabalho, pode compor nosso tempo de autoformação docente, contribuindo com densas “entradas” àqueles 10 livros. Potencialmente, reavivam, em nós, o importante interesse, acerca das histórias e memórias de nossa educação nacional, elaboradas por nossa intelectualidade brasileira – ainda que negligenciada, em alguns momentos – , entre os anos 1930 e 1960, nos instigando a “acordá-los”, na tentativa de aprofundarmos e entendermos questões, tensões, disputas, e inacabamentos de outrora, e às vezes dos agoras. Enfim, acreditamos que esse trabalho, pode ser uma introdução, e, por vezes, estímulo a “saborear” as reflexões de Lourenço Filho, Firmino Costa, Fernando de Azevedo, Florestan Fernandes… em tempos tão “arraigados” em um certo presentismo.

* Professor de história com a EJA/Betim/M.G. Mestre em Educação FAE/UEMG. Integra o grupo de pesquisa Polismnemosine/PPGE/FAE/UEMG. Colaborador do Projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil.

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