Biodiversidade e Humanidade nos caminhos de BH

Vagner Luciano de Andrade

Algumas áreas de Belo Horizonte e região metropolitana apresentam espaços naturais ou impactados que chamam a atenção para a importância da interpretação como mecanismo imprescindível na compreensão dos agentes, dinâmicas e efeitos da relação entre homem e natureza. A Prefeitura de Belo Horizonte, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, desenvolve mensalmente várias atividades na GEEDA/Sala Verde, localizada no 6º andar da Avenida Afonso Pena, nº. 4000, no Bairro Cruzeiro, bem como atividades externas utilizando-se do ônibus padronizado “Expresso Ambiental”. Dentre as principais atividades destacam-se a organização de uma biblioteca temática denominada “Ecoteca”, aberta ao público para pesquisas, um curso de extensão, além de diversas oficinas educativas, palestras técnicas, visitas orientadas, travessias urbano-rurais e consultorias. Tem ainda sob sua responsabilidade, a articulação de um conjunto de agentes ambientais vinculados a uma rede criada em março de 2005. O objetivo das atividades oferecidas é fomentar, estimular e envolver diversas pessoas nos processos de educação e percepção socioambiental através do Poder Público, inserindo-as como protagonistas em diferentes procedimentos de atuação.   

Semestralmente acontece o curso de extensão “BH Itinerante”, cujo planejamento e atividades subsequentes são embasados nos principais objetivos da educação ambiental, procurando socializar informações que convoque cada um, individualmente ou coletivamente, à ação efetiva para se mudar a realidade e perspectivas existentes através da contemplação, da interação e da reflexão. O curso semestral, além dos cronogramas internos, realiza também atividades externas de percepção ecológica em diferentes trechos geomorfológicos da capital e adjacências, sendo que, durante os trajetos previstos os participantes contemplam e analisam várias situações e paisagens reunindo informações geológicas, geográficas, ambientais e socioculturais. Neste sentido, é projetado em diferentes ângulos e escalas o fenômeno da “mercantilização da natureza” tão inerente ao contexto capitalista urbano-industrial. 

Além do respectivo curso, são várias as atividades externas e internas com enfoque na percepção e análise do meio, como, por exemplo, a Oficina Serra do Curral, que aborda aspectos naturais e antrópicos da realidade local e sua importância social.  Neste sentido, um amplo processo de reflexão que dissipe os modelos fragmentados de compreensão socioambiental, priorizada pelo caráter antropocêntrico da sociedade convencional deve referenciar a construção de um novo modelo de relação ser humano/meio ambiente pautado na sustentabilidade local. A percepção e ação resultarão, efetivamente, numa revisão dos padrões vigentes na sociedade convencional gerando o rompimento com esse modelo societário dominante, baseado na vida urbana e consumista e reprodutora das ideias capitalistas. Para que estas mudanças se efetivem, deve-se buscar a essência dos elementos educacionais e demais utopias construídas ao longo da história, objetivando promoção de justiça social, proteção ambiental, qualidade de vida e dignidade humana.  

A educação visa inserir o homem no espaço que ele próprio ajudará a moldar através de sua história, crítica, reflexão e ação. Os elementos educacionais devidamente aplicados pelos atores sociais na realidade local permitem a vivência e a construção coletiva da cidadania ao propiciar que cada indivíduo, enquanto agente socioambiental, seja capaz de construir a sua história, a sua sociedade, o seu espaço. O mundo atual precisa de uma formação educacional que permita a esses atores a vivência de instrumentos e mecanismos de ação, objetivando a transformação local, e permitindo o reconhecimento de potencialidades minimizadoras dos efeitos perversos do sistema socioeconômico. Neste sentido, a educação ambiental deve orientar o conhecimento, análise e enfrentamento da realidade, permitindo a identificação, a compreensão e o reconhecimento das possibilidades de mudanças, que resultem na produção de um espaço e sociedade melhores. Somente assim a percepção e a consciência se ampliarão, resultando em cidadãos conscientes, engajados e articulados que questionem e confrontem o modelo socioambiental vigente através da participação, da luta, da critica, da organização, da percepção, do pensamento e do desafio.  

 Neste sentido, a “Rede Ação Ambiental” objetiva fortalecer e subsidiar as ações realizadas pelos agentes formados nos cursos de extensão em educação ambiental e é de extrema importância para ações em favor das questões contemporâneas. O objetivo geral do programa está associado à possibilidade de cada Agente Ambiental atuar de acordo com sua disponibilidade, exercitando o trabalho em rede na organização e desenvolvimento de atividades sociais no contexto ambiental em que vive. Articulados em rede, os agentes podem desenvolver diversas atividades de educação ambiental e mobilização social. Assim, além de vivenciar em sua formação como agente socioambiental o estudo de referenciais teóricos, eles são direcionados a vivenciarem, através da percepção e leitura do meio, o desejo e a necessidade de ação, além de interagirem em prol da causa ecológica. Como é visível nos caminhos de BH, há muitos elementos de Biodiversidade e Humanidade a serem percebidos e valorizados na construção de uma nova ordem socioambiental. Junte-se a nós nesta rede fazendo valer seu direito a um mundo melhor! 

(*) Agente mobilizador da Rede Ação Ambiental com formação em Ecologia, Geografia, Magistério, Patrimônio e Turismo. E-mail:

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