Nessa edição, vamos revisitar os textos de articulistas que opinaram sobre as jornadas de manifestações realizadas, em 2013, por todo o país. Manifestações que, definitivamente, mudaram o Brasil e os brasileiros. Depois de 10 anos, podemos afirmar que a vida política não é mais a mesma e que cada movimento que se agregou à Jornada pelo Passe Livre, seguiu seu caminho e gerou novos grupos políticos. Em parte, serviu de aprendizado político à população, de outro, serviu bem as alas mais extremistas da esquerda e da direita que surfaram as ondas até a praia onde construíram castelos de diferentes formatos e tamanhos.
A manifestação que começou com o Movimento Passe Livre trouxe para as ruas outras insatisfações com a situação do país: reivindicação para a melhoria da saúde, movimento secundarista pela qualidade da educação, insatisfação com os políticos brasileiros, pautas ambientais, econômicas e de mobilidade urbana.
O mês de junho lotou as ruas de bandeiras diversas, mas não serviu à diversidade. Lotou as ruas com reivindicações de muitas ordens, mas não serviu à diminuição da desigualdade. Lotou as ruas de gente que queria mudanças, mas não serviu à paz.
Foi um evento que, por décadas, será motivo de reflexões de pesquisadores, comentaristas e jornalistas no país e no mundo. Como apresentado em nossos textos, algumas reflexões trouxeram os pontos positivos da jornada e outros já previam os seus reveses. Muitos de nós comemoraram o engajamento espontâneo das manifestações e outros já choravam as pautas caindo na mão de partidos que queriam um único motivo para implantar o ódio e a desinformação.
A grande pergunta é: o que fizeram e para onde foram essas pessoas que vivenciaram uma das maiores manifestações do país? Nessa última década, o aprendizado e a experimentação do elixir do processo democrático, de 2013, serviram a qual propósito?
Chegado o ano de 2023, podemos afirmar que colhemos mais joios do que trigo e vivenciamos os piores momentos políticos de uma sociedade: ódio político, a polarização violenta, o golpe e um governo fascista. Nem em nossos sonhos poderíamos imaginar tanto retrocesso! E nossos articulistas, imaginaram o que? Vamos conferir!