Qual o lugar das ciências humanas e sociais nas políticas de ciência, tecnologia e inovação contemporâneas? Qual a contribuição das humanidades ao desenvolvimento científico, tecnológico e ao desenvolvimento social?
Reunidos pelo Fórum de Instituições Científicas das Ciências Humanas e Sociais, os dirigentes das sociedades, os coordenadores de Comitês de Assessoramento e os técnicos do CNPq buscaram, durante simpósio realizado na sede do CNPq, em Brasília, na última quarta feira (20/08), responder a essas e outras questões que mobilizam as várias comunidades acadêmicas das humanidades.
Em tempos de crescente presença do discurso científico e de exacerbação das tecnologias na organização da vida social, a iniciativa do Fórum é de grande importância. Hoje, mais do que nunca, as ciências humanas e sociais brasileiras têm uma importante contribuição ao desenvolvimento científico e social brasileiro, seja por meio do melhor entendimento de quem somos nós e de nossos avanços e mazelas político-sociais, seja pela crítica às próprias políticas de C&TI e aos danos trazidos por perspectivas cientificistas e tecnocráticas de desenvolvimento econômico e social.
Nunca é demais lembrar que as ciências e tecnologias de ponta convivem, no ambiente social, tanto com densas e tradicionais formas de conhecer e produzir as condições que garantem a vida, quanto com nossos grandes problemas políticos e sociais. Cabe às ciências humanas e sociais dialogar com esses saberes e modos de viver e inventar saídas ou soluções para os problemas que nos afligem e dificultam a construção de um país mais democrático e igualitário. Nesses aspectos, as contribuições das humanidades são tão fundamentais quanto insubstituíveis.
Por essas razões e, certamente, por inúmeras outras, as humanidades devem ter um lugar de destaque nas políticas de C&TI, sob pena de termos que convocá-las para reunir e remendar os cacos do desenvolvimento que, justamente, tais políticas propõem.