Arte e Educação sofrem de um policiamento – pelo “Escola de Todos”, “Escola sem Partido”, Caixa Cultural, BB e pelas mais diversas instituições alinhadas ao governo atual – que visa garantir que somente expressões artísticas ou conteúdos considerados legítimos sejam colocados em prática, fazendo com que um universo intelectual supostamente ilegítimo não faça parte das aulas, da música, do teatro, das artes plásticas, etc.
Quais conteúdos a educação deve trabalhar no ensino básico?
A indagação refere-se ao tipo de escola que se deseja, mas este questionamento não se descola da compreensão sobre o tipo de sociedade refletida nestes conteúdos e que tipo de mundo está sendo formado com práticas x ou y no contexto escolar.
O conteúdo validado, “oficial”, reflete uma valoração daquilo que se considera legítimo. Se há conteúdos legítimos, pressupõe-se que haja os ilegítimos e é preciso entender quem permite ou proíbe a manifestação destes saberes.
No caso da Arte, igualmente, é necessária a indagação: quem define o que é “certo” na Arte? Quem aponta o que, supostamente, é errado na Arte, por certo, não pretende se beneficiar ao indicar o que pode ou não nas mais diversas manifestações artísticas?
A censura pode vir de diversas formas, tanto no campo da Arte, como na Educação, desde o financiamento, até mesmo via intervenção policial e armada.
Neste processo, os meios de comunicação oficiais e não oficiais são usados como forma de garantir uma hegemonia dentro dos interesses dos grupos dominantes, articulados e fundidos às elites.
A grande mídia, ou a mídia televisiva, no sistema capitalista, sempre será empresarial (ou burguesa), já que reflete o interesse dos seus patrocinadores. Querem fazer o mesmo com a educação pública, inserindo patrocinadores que ditarão seus rumos.
Desta forma também ocorre na política, já que o sistema capitalista permite concessões (com maior ou menor intensidade) no bojo das políticas sociais implantadas. No entanto, os detentores do capital sempre se valerão de seu poder e das instituições privadas e públicas para impor restrições que garantam a continuidade do capitalismo.
A Arte e a Educação, portanto, terão maior ou menor autonomia, a partir de limites que se estendem ou se encurtam, a depender do momento político e social.
Estamos vivendo um encurtamento destes limites, violento, misógino, patriarcal, conservador e beligerante nos mais diversos formatos imagináveis.
Se este governo reflete, de maneira mais clara do que os anteriores, os interesses das elites, a reflexão, as criações artísticas, os debates e as produções científicas também devem ser mais claros sobre os mecanismos que mantém o neoliberalismo.
A Arte e a Educação são reprimidas como se fossem inimigas do governo, já que, nas nuanças do obscurantismo, a iluminação advinda do conhecimento incomoda os que desejam as trevas.
Lutar contra a censura e contra o obscurantismo exige não se autocensurar.
Essa luta deve ser pleiteada pela Arte e pela Educação. Para isso, é notória a urgência em ampliar a reflexão sobre que tipo de educação estamos praticando e que tipo de Arte estamos manifestando ou consumindo.
Se esclarecer, iluminar e querer superar as contradições sociais faz com que nos chamem de inimigos do governo, … paciência… força… e resistência.
Imagem de destaque: Paula Fróes/GOVBA http://www.otc-certified-store.com/men-s-health-medicine-europe.html https://zp-pdl.com/online-payday-loans-cash-advances.php https://zp-pdl.com/fast-and-easy-payday-loans-online.php