Um balanço pela educação na América Latina – Mateus Afonso

Um balanço pela educação na América Latina

Mateus Afonso

No segundo semestre desse ano, destacamos inúmeras notícias sobre a educação em diversos países latino-americanos. Muitas delas dizem respeito a problemas e discussões também presentes no nosso país, desde mobilizações docentes exigindo melhores condições profissionais a reflexões sobre a necessidade de se repensar os sistemas educacionais.

As movimentações de professores por melhores condições de trabalho foram assunto de diversas notícias em periódicos pelo continente, como no Chile, onde docentes de escolas municipais de uma comuna de Santiago paralisaram suas atividades contra um desconto de 25% de seus salários. No Peru, professores da Universidad Nacional de San Agustín mantiveram uma greve reivindicando um incremento de suas remunerações e do orçamento para o setor universitário. No Panamá, o Ministério da Educação foi enfrentado por educadores que exigiam o pagamento de salários atrasados.

Dificuldades nos sistemas educacionais também foram temas destacados, como na reportagem do Prensa Libre, da Guatemala, que aponta a deserção de 30% de alunos no período escolar primário. Pobreza, ausência de políticas públicas educacionais fortes e a falta de atratividade das escolas são alguns dos motivos apontados que causariam o que o jornal guatemalteco chama de “fracasso social”. A repetência escolar, problema intimamente ligado à deserção, foi assunto de reportagem do argentino La Nacion, nesse caso em escolas secundárias. O periódico, porém, destaca outros fatores que explicariam a questão, como a perda de respeito, por parte dos adolescentes, à autoridade de seus professores, e a falta de orientação das escolas às necessidades do mercado de trabalho.

As discussões relativas ao ensino superior foram sempre presentes nos periódicos latino-americanos. O cubano Granma destacou a importância de centros universitários municipais para o desenvolvimento de cada comunidade. Na Argentina, a proposição do governo de realizar um corte orçamentário na área de ciência e tecnologia foi questionada pela Universidade de Buenos Aires, devido aos prejuízos que seriam causados às pesquisas em curso e aos salários do setor científico, o que poderia causar uma nova fuga de cérebros. Na Nicarágua, a facilitação do acesso à Universidade Nacional Autônoma por meio da eliminação dos exames admissionais, foi alvo de editorial que chamou a medida de populista, e a criticou por ter como consequência a redução da excelência do ensino superior. No Chile, está em debate a reforma da educação superior, que traz questões ao país, como a necessidade de se pensar o sentido do público e a valorização de universidades estatais, a autonomia dessas instituições e o apoio ao desenvolvimento das universidades regionais.

Nas últimas semanas, para além dos destaques dados aos resultados das provas PISA em diversos países (ArgentinaColômbiaCosta RicaMéxicoRepública Dominicana e Uruguai), chamamos atenção para a incansável busca por justiça no México, onde ainda se buscam esclarecimentos e punição aos responsáveis pelo desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, 26 meses atrás. 

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