Sob alcunha de Morte!

O Brasil é um país em que  os poderosos conquistaram, há séculos, o direito de matar para continuar matando e explorando. A população indígena, negra, pobre, periférica, LGBTQIA+ e, mesmo, as mulheres e as crianças,  as demais espécies que habitam o planeta, o meio ambiente, as águas… tudo sempre esteve sujeito à sanha predatória desses “homens de bem” partidários do. A trajetória do atual Presidente da República e a cumplicidade assassina de grande parte de  nossas elites empresariais, religiosas, políticas e  militares com as suas ações genocidas é, disso, prova cabal.

Muitos que, hoje, se dizem assustados e assustadas com a falta de limites do mandatário da nação e sua corja de assassinos pagos com dinheiro público, não tiveram, ontem, nenhum pejo em apoiá-lo quando viram, ainda que fantasmagoricamente, seus lucros e suas glórias ameaçadas. Não foi e, para muitos ainda não é, suficiente que o atual ocupando do posto mais alta do Executivo Republicano  dizer que iria matar seus inimigos e destruir o Brasil, e de tudo fazer para conseguir este intento, para que eles e elas dissessem que  #EleNão faria algo de bom para a população. Preferiram abraçarem-se com um confesso genocida a colocar em risco o lucro certo, volumoso e fácil que sempre tiveram.

E é disso, da continuidade do apoio às políticas de morte do atual governo que continuamos a falar. E não se pode parar de fazê-lo, enquanto não houver punição e reparação. A responsabilidade direta pela morte de mais de meio milhão de pessoas durante a pandemia não pode ser silenciada, calada, esquecida. Há que se continuar denunciando o Presidente sua rede de apoios no mundo político, empresarial, religioso e militar por todas essas mortes. Mas não se trata apenas disso, infelizmente.

Em condições normais, a morte de uma única pessoa, de qualquer pessoa, é motivo de choro e dor para seus familiares, amigos, colegas de trabalho. No entanto, quando aquelas e aquelas que são caçados e mortos de maneira torpe e cruel, o são devido ao seu trabalho e militância em defesa da vida, em defesa daqueles e daquelas cujas vozes não se fizeram ouvir junto aos poderosos de plantão e às instituições públicas que deferiam defendê-los/as, estabelece-se uma clara conotação política e, portanto, coletiva para esses assassinatos.

E é isso que vem ocorrendo no Brasil ao longo do tempo e que, com o atual governo, assumiu ares de verdadeira política de Estado. O escárnio com que os porta-vozes das instituições de Estado tratam,  cotidianamente, as mortes políticas no Brasil é revelador do pensamento médio daqueles que tomaram de assalto a República.

Muitos e muitas que, desde pelo menos 2016, têm as mãos sujas do sangue de centenas de milhares de brasileiros e brasileiras e, mais especificamente, de centenas de lideranças políticas no Brasil, correm hoje para lavá-las como se nenhuma responsabilidade tivessem com a destruição e a morte. O arrependimento, tardio e de reconhecida má vontade, jamais poderá ser duvidoso e  traiçoeiro.

O aparente  mal-estar dos poderosos do país com a monstruosidade que criaram é passageiro, não tenhamos dúvida.  O problema do campo democrático é que. Jamais conseguiremos avançar num projeto de reconstrução nacional pisando sobre os ossos e as memórias daqueles e daquelas que tombaram em defesa da vida. É por isso que não pode haver um amanhã de alegria e bem estar se não houver punição dos assassinos e reparação das vítimas de suas violências. E isso nossos poderosos sempre se recusam a fazer, pois a depredação e destruição da vida são pedras de toque de seus projetos lucrativos. O capitalismo e a  civilização aqui, mais do que nunca,  se apresentam sob a  alcunha de Morte. E o atual governo é, disso, um representante puro e acabado!


Imagem de destaque: Galeria de imagens

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *