Onde começam as guerras?

Janayna Alves Brejo

Paz para um mundo que hoje chora. Em 2020, iniciamos uma luta que talvez possamos até chamar de “guerra contra a Covid-19”, um vírus que chegou sem pedir licença, que se alastrou rapidamente e que levou muitas vidas mundo afora… No Brasil, jamais imaginávamos que o número de mortos pudesse passar dos 650 mil… 

No início da pandemia, que atingiu todo o planeta, muitos falavam que após essa dramática experiência as pessoas se tornariam melhores, o que significaria serem mais humildes, mais caridosas e sobretudo mais sensíveis à dor do outro. Isso porque o fato de termos ficado isolados da convivência social e ainda de termos testemunhado tantas vidas perdidas nos tornaria mais solidários ao sofrimento alheio.

Mas, infelizmente, não foi bem isso que aconteceu, apesar de observarmos cotidianamente incansáveis gestos de solidariedade sem os quais seria ainda mais difícil continuar.

O que traz um sentimento de inconformidade é ver uma pandemia ainda inacabada ser ofuscada por uma guerra, algo ainda mais deprimente, uma vez que poderia ser evitada se houvesse menos egoísmo e mais humanidade.  

Cresci escutando que as bombas atômicas seriam responsáveis pela terceira guerra mundial. Como era muito pequena, eu tinha medo, mas com o tempo passei a não “dar ouvidos”. Infelizmente, hoje, me pergunto se é possível viver isso em pleno século XXI…

Será viável admitir que pessoas sejam mortas em seu próprio território ou que tenham que fugir dele para não perderem suas vidas? 

Será aceitável que a vida seja banalizada em consequência do capricho de um governante e de alguns de seus seguidores?

Como aceitar que um país invada outro e destrua milhares de vidas, de famílias, crianças, de lembranças, de sonhos, de heranças, de residências?  

É possível admitir que pessoas sejam obrigadas a fugir de sua nação, em consequência da maldade, do egoísmo, da falta de humanidade?

O que será que passa pela cabeça de um líder de estado ao se achar no direito de destruir não somente um território, mas as trajetórias de vida de toda uma população?

Inúmeras perguntas, poucas respostas, mas, a partir deste texto, eu convido vocês a pensarem, pois tornou-se urgente falar sobre esse assunto, uma vez que a guerra não surge de repente. Infelizmente, é antes cultivada dentro dos seres humanos, tornando-se realidade triste e cruel quando alguns se julgam melhores e mais poderosos que outros.  Sabemos que esse conflito surgiu anos antes, dentro do “coração” de alguns que já alimentavam a violência em seu interior. 

Causada por aqueles que foram desumanizados pelo egoísmo como temos acompanhado nas redes sociais, na televisão, nos jornais de notícias, a guerra inaugurada pelo Governo da Rússia nos deixa estagnados e horrorizados diante das crueldades que nos são apresentadas diariamente.

Mas é fundamental que tenhamos esperança e que façamos, cada um dentro das suas possibilidades, algo para ajudar. Precisamos fazer um grande movimento pela paz, para que a violência não tenha mais lugar onde ocupar, pois mesmo diante da fúria que eclode de pequenos grupos privilegiados em busca de mais e mais poder, verificamos, a cada dia, inúmeras razões para acreditarmos em dias melhores, sobretudo quando: pessoas desconhecidas se desdobram em bondade para auxiliar os refugiados ucranianos; pais se sacrificam por seu país ficando em perigo para defendê-lo; mães colocam seus filhos sozinhos em viagem para salvar a vida dos pequenos; inúmeras famílias se deslocam deixando todos os seus pertences para trás na esperança de sobreviver…

Portanto, se não temos condições de acabar com a guerra, que façamos um pouco mais pelo nosso mundo e por aqueles que sofrem com a injustiça nesse momento, isto é, que sejamos capazes de “calçar os sapatos do outro e de percorremos o seu caminho” acreditando na força da paz, da justiça e do amor. 

E como fazer isso?

Da forma que estiver ao nosso alcance, pois o auxílio pode ser distribuído de infinitas maneiras, seja alimentando quem tem fome, dando água a quem tem sede, vestindo quem necessita de roupas, abrigando aqueles que precisam, dizendo não a violência e, sobretudo, emanando a paz para um mundo que hoje chora…

Com desejos de que tudo isso passe logo e que Ucrânia e Rússia voltem a respirar a paz verdadeira…


Imagem de destaque: Galeria de Imagens

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