Inacreditável Aberração

Valter Machado Fonseca

Uma verdadeira aberração! Como se isto fosse incomum neste desgoverno. Esse senhor que se diz presidente de nosso país, sancionou uma lei que confisca o trabalho dos professores durante a pandemia. Seria como se todas(os) as(os) professoras(os) estivessem mortas(os) por mais de dois anos, portanto não trabalharam e, como não trabalharam, perderam os direitos ligados ao labor docente.

Gostaríamos de salientar para este senhor capitão que este é um ato totalmente inconstitucional, se é que que os retalhos de nossa constituição ainda possuem alguma relevância. Este senhor “faz de conta”, aliás uma marca de seu desgoverno, que se esquece que o conjunto de educadores brasileiros tiveram que fazer um esforço extraordinário para se reinventar no enfrentamento das adversidades da pandemia. Diversos colegas professores tiveram que fazer um enfrentamento gigantesco aos desafios impostos por uma enfermidade imprevista, repentina, aliás, infelizmente a Covid 19 expôs todas as chagas marcadas pelo imensurável abismo social marca indelével de uma sociedade necrosada: que separa milionários dos paupérrimos, os ricos dos pobres. Um abismo incontornável que exclui nossas crianças carentes de uma educação de qualidade e, grande parcela dessas crianças não possuem nenhum acesso à internet (celular, notebook etc.), instrumentos essenciais para o ensino remoto.

Nossas professoras e professores tiveram que se deslocar, mesmo sob o risco de contrair a Covid para ter algum acesso às nossas crianças mais carentes. O resultado dessa pandemia nesta claríssima condição de desigualdade social foi um retrocesso do processo de ensino-aprendizagem, salvo raras exceções. Agora que a pandemia deu uma trégua os resultados dos estragos saltam aos olhos. Defasagem na aprendizagem de nossas(os) educandas(os), sobrecarga de trabalho aos docentes em todos os níveis (desde a Educação Básica até o Ensino Superior e na Pós-graduação).

Esta sobrecarga de trabalho de nossos educadores e educandos levou à condição de adoecimento de boa parcela desses relevantes sujeitos educacionais. São inúmeros os males advindos da sobrecarga laborativa em função da pandemia, como, por exemplo, o aumento exponencial de doenças psíquicas, de crises de ansiedade e até mesmo graves casos de depressão. Estas enfermidades silenciosas que afetaram e afetam uma enorme parcela de educadoras, educadores e educandos deixam sequelas seríssimas que podem se agravar, ainda mais, ao longo do tempo, podendo levar a casos de óbitos e até mesmo suicídios. A mídia destacou diversos casos.

É neste contexto acima construído que o capitão de plantão quer exterminar o sofrido labor docente durante o período pandêmico. A lei que ele acabou de sancionar mostra muito bem o rosto nazifascista deste capitão e sua equipe. O fatiamento ilícito dos recursos do MEC é um exemplo concreto de seu total descompromisso com a Educação e a Cultura em nosso país. Para ele interessa inaugurar um criadouro de indivíduos fascistas e autoritários do que priorizar qualquer investimento na educação, saúde e na cultura. Quem não se lembra de seu discurso negacionista da ciência, no qual ele afirmou “o brasileiro precisa ser estudado porque muitas pessoas mergulham no esgoto e nada acontece”. Isto é uma monstruosidade, a naturalização dos assassinatos em sua faceta em sua forma mais cruel, característica da barbárie que este senhor defende.

Não, capitão! Os educadores honraram este país durante a pandemia! Juntamente com os profissionais da saúde enfrentaram, de peito aberto e com determinação, as agruras e sofrimentos decorrentes dessa pandemia. O trabalho de educadoras e educadores foram provados e ecoam em todos os rincões desse país. Nós, educadores, não aceitamos e jamais aceitaremos o roubo de nosso labor docente, o que muito nos honra e que dá sentido à nossa profissão.

Nenhum voto aos nazifascistas!

Nenhum voto ao “centrão”!


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