Cursinho Emancipa e seu Viver Freireano – Rádio UFMG

Débora Souza 

Luciano Mendes

Paulo Freire, que tanto gostava e valorizava as transmissões radiofônicas, foi assunto do programa de rádio Pensar a Educação Pensar o Brasil  da Rádio UFMG Educativa no último  dia 21 de junho. Com o tema “Paulo Freire e educação popular”, foi entrevistada a profa. Paula Fullana, coordenadora do cursinho pré-vestibular “Emancipa”, uma rede de educação popular criada em 2007 em Itapevi, São Paulo. A rede tem capilaridade em todo o Brasil e sua principal frente de atuação são os cursinhos pré-vestibular gratuitos, promovendo uma noção de educação emancipadora.

“A Universidade sempre foi um lugar de privilégio e de difícil acesso  principalmente pelas camadas mais pobres no Brasil. Mas para que a universidade cumpra seu papel ela precisa estar pintada de povo por aqueles que compõem nossa sociedade mas que muitas vezes são colocados à margem desse processo educacional”, destaca a professora Paula explica que o Emancipa surge justamente como uma forma de criar condições para que os(as) jovens, principalmente da periferia, ocupem esses espaços,  que também são deles e delas.

A coordenadora salienta, ainda,  que o cursinho está no oposto da lógica mercantilista que abafa a criatividade e a expressão dos alunos em troca de uma aprovação. Dessa forma, ao longo do curso os conteúdos são aprendidos por meio do intercâmbio com a concretude da vida, com as vivências dos alunos, combinando teoria e prática, de forma a despertar e a sustentar uma “curiosidade epistemológica”, além de uma “consciência política e crítica que vai formando coletivamente dentro das nossas aulas”, afirma.

Debates, construções coletivas e temas propostos pelos alunos fazem parte do Círculo do Conhecimento, que compõem a abordagem do Emancipa. “Nada mais pedagógico do que a vida. A vida ensina muito”, ela conclui.

Com um corpo docente engajado na construção desse movimento social acolhedor que é o Emancipa, as decisões são tomadas e estrutura das ações do projeto são realizadas por um grupo diverso de educadores populares formados por professores da rede pública e privada, psicólogos e muitos jovens, configurando-se em uma educação em rede multidisciplinar na qual cada aluno tem seu professor referência que pode ter contato mais direto.

 Na relação com as famílias, o projeto apresenta uma rede de suporte e de solidariedade ativa que se intensificou principalmente devido aos desafios da pandemia, como as dificuldades de acesso à internet e o próprio agravo da crise financeira. Uma das ações nesse período é a entrega de material didático aos estudantes, assim como de cestas básicas e álcool em gel. Dessa forma, Paula explica o Emancipa como uma forma de resistência. Ela afirma:

“Quando se fala de educação popular, se fala na transformação da ordem social vigente. A teoria freireana é revolucionária por essência. Se não há uma luta por libertação não se pode falar de educação popular. Quando se ataca aquele que defende a emancipação das classes populares então você ataca a emancipação”. E acrescenta:

“A mensagem freireana principal é de esperanças. De poder ter esperança porque enquanto sujeitos de transformação o futuro não está dado. O futuro quem constrói somos nós. O Emancipa tá aqui para isso. Para essas pessoas ocuparem lugares, dar um passo pra fora dessas amarras”.

O Emancipa está presente em cerca de 40 unidades, em 7 estados. Começa dentro das periferias e está presente também nos centros urbanos. Entretanto, tem se reinventado enquanto rede e hoje está presente nos mais diversos locais do território brasileiro. 

Já existe a presença do cursinho também em atividades mais rurais. Suas atividades ocorrem fisicamente em espaços de escolas públicas e durante a pandemia estão sendo oferecidas online.

 

Para contribuir com o Emancipa e se informar sobre as atividades, acesse suas redes sociais:

@redeemancipa –  inscrições abertas para o curso de Centenário de Paulo Freire: “Esperança em tempos de barbárie”.

Para contribuir como educador ou fazer parte da rede de psicólogos,  mande uma mensagem no: @emancipaBh e @EmancipaIbirite – para também participar da campanha de solidariedade ativa. 

 

Para saber mais

Site Emancipa. Acesse aqui

Redes sociais Emancipa:

@redeemancipa

@emancipaBh

@EmancipaIbirite


Imagem de destaque: Pixabay

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *