Como estão os professores?

Luan Manoel Thomé

Desde o início da pandemia, como medida de segurança, as atividades presenciais de diversas instituições de ensino foram suspensas. A partir disso, pairou sobre nós, um contexto de incertezas. Como o professor irá atuar no cenário de pandemia? Como as atividades educacionais serão desenvolvidas sem o contato direto? Mundialmente houve a determinação da prática do isolamento social, como medida profilática. Diversos setores foram afetados com esta nova dinâmica: pesquisas científicas foram adiadas; as escolas, cuja marca é a presença, foram forçadas a adotarem um outro formato para direcionar suas atividades; agravou-se uma crise no setor financeiro, ocasionando um aumento nos índices de desemprego; várias famílias tiveram suas rotinas alteradas com a intensificação das desigualdades sociais. E sem dúvidas, a face mais perversa da COVID-19: o número descomunal de óbitos por causa da doença – o Brasil é um dos países que lidera este ranking.

A história da educação é construída pelos contextos sociais e por todos os sujeitos envolvidos nestes processos. O ano de 2020, marca o início de um tempo caracterizado pelo uso frequente das tecnologias digitais pelos professores. Pesquisas anteriores discutiam a relação dos docentes com tais ferramentas, na maior parte das vezes não usadas, devido a fatores como: o desconhecimento em manusear tais recursos e a ausência destas ferramentas nas escolas, mas no contexto pandêmico tornou-se algo indispensável.

Desde o mês de abril, iniciou-se um debate sobre a configuração de uma nova modalidade de ensino – a remota. Este formato de educação foi adotado por várias redes de ensino, cujo objetivo era diminuir o distanciamento dos estudantes com o processo de escolarização, e evitar o aditamento das desigualdades. Com o ensino neste formato, houve uma imposição para os docentes incluírem em sua prática pedagógica as tecnologias digitais, para continuarem na “ativa”. Várias pesquisas apontam que o professorado tem usado múltiplas ferramentas, como as redes sociais (whatsapp, facebook, instagram); plataformas de videoconferência (microsoft teams, google meet, zoom); sistemas de gerenciamento de conteúdo (google classroom, microsoft teams) e o email. Onde tais recursos são escassos, principalmente quanto ao acesso à internet, os professores têm disponibilizado materiais impressos (atividades e livros literários) para evitar repercussões negativas aos educandos. O trabalho docente continua sendo árduo, temos que valorizar!

No entanto, não podemos romantizar essas situações! É preciso ter um olhar cuidadoso com o professor, como eles estão neste cenário pandêmico? Quais são suas condições emocionais e financeiras? O ensino remoto evidenciou uma mudança na práxis pedagógica. Comumente temos presenciado relatos de professores afirmando sobre o aumento de trabalho, seja nas atividades síncronas e/ou assíncronas; com as reuniões pedagógicas; atendimento às famílias; planejamento das aulas. Paralelamente têm surgido profusos ataques aos educadores, uma desvalorização ao magistério, tal fato escancara o desconhecimento por parte de alguns sujeitos sobre a relevância do papel dos educadores na construção de um país mais crítico e reflexivo. Outro ponto preocupante, são os cortes financeiros no orçamento das instituições de ensino, seja para a compra de insumos necessários, seja para a execução de pesquisas. O pesquisador no Brasil anda na contramão da sociedade!

Por um outro lado, a pandemia expandiu o surgimento de espaços formativos, inúmeros eventos científicos adequaram-se a configuração online, antes no formato presencial, exigia de os participantes condições financeiras para arcar com inscrições, passagem, hospedagem. Várias instituições têm oferecido eventos online, propiciando espaços de diálogos entre os educadores – na troca de experiências, no relato de pesquisas, um fomento à formação continuada. Indubitavelmente as lives são um convite a educação permanente, ao professor, uma possibilidade de buscar melhorar sua atuação profissional.

Nos últimos dias, alguns governantes têm feito uma defesa na volta às aulas presenciais. Só quem já trabalhou no chão das escolas, sabe das limitações para isso acontecer agora. Muitos educandários apresentam limitações em sua estrutura física e de pessoal para aplicar as medidas sanitárias no combate ao vírus. O retorno às atividades presenciais deve primar pela saúde de todos os sujeitos envolvidos no contexto escolar, portanto deve ser fruto de um estudo cauteloso por especialistas, que inclua a adoção de mecanismos, e promova um movimento de escutaaos educadores, o diálogo é o princípio de tudo!


Imagem de destaque: Maxim Tolchinskiy / Unsplash

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