A dívida e a vida: uma leitura de Round 6

Alexandra Lima da Silva

Round 6 não é brincadeira de criança. Essa foi minha conclusão após assistir ao primeiro episódio da série. Certamente, o aclamado filme Parasita impactou no maior investimento em produções sul-coreanas. A Netflix não perdeu o bonde da história. O catálogo do streaming agora está repleto de séries protagonizadas por pessoas de diferentes nacionalidades, etnias e orientação sexual. 

Escrita e dirigida por Hwang Dong-hyuk, a primeira temporada de Round 6 é estruturada em 9 episódios. Na trama, 456 pessoas completamente endividadas são “convidadas” a participar de um jogo mortal, cujo prêmio é a promessa ou “ilusão” de tornar-se bilionário/a. O jogo simula e reproduz as perversidades do sistema capitalista, pois “brinca” com a ideia de que se você realmente se esforçar e merecer, você chegará lá na linha de chegada. A que custo?  Centenas de vidas, consideradas descartáveis e sem valor.  

Dentre os protagonistas, destaque para dois amigos de infância: um, considerado fracassado e perdedor; e o outro, que ascendeu socialmente pela educação, mas que “se perdeu” no caminho ao investir tudo o que conquistou no mercado de ações.  Além dos amigos de infância que se tornam rivais, outro personagem fundamental é o jogador número 1: um idoso com câncer terminal que parece ser o único a realmente se divertir naquele jogo. Por quê? Não darei spoiler. Para saber a resposta, é preciso assistir à série até o final. Infelizmente, a dívida de muitos é a alegria de poucos, que lucram com o sofrimento e a dor de quem perdeu tudo. Brincar com a vida humana não tem a menor graça. Essa é uma das mais acertadas mensagens de Round 6. Vale a pena assistir até o final. 


Imagem de destaque: Netflix / Divulgação 

 

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