Seyolo Zantoko acaba de se formar pela faculdade de medicina de Lille e enfrenta um grande dilema: aceitar a milionária proposta de ser o médico pessoal do General Mobuto, no Congo, ou ser médico num vilarejo distante de Paris, o que poderia garantir a ele a sonhada cidadania francesa.
Contrariando as expectativas da família, Seyolo prefere acreditar no sonho e parte rumo ao vilarejo de Marly-Gomont, na companhia da esposa e dos dois filhos do casal. Ele tornou-se “o médico africano”.
Seyolo prefere ser o único médico num vilarejo francês a servir a um ditador em seu país. Mas a recepção não é das mais calorosas em Marly-Gomont. Mesmo sendo o único médico do lugar, as pessoas se recusam a serem atendidas por um médico africano e toda a família Zantoko passa por tristes episódios de racismo cotidiano. A esposa sofre com os olhares de reprovação nas ruas e numa das cenas, é possível ver o quão perverso é o racismo linguístico. Os filhos do casal, Sivi e Kamini, também sofrem bastante com o desprezo e a não-aceitação das crianças da escola, todas brancas. O filme também mostra que nem todas as pessoas brancas do lugar são racistas. Uma delas, é a professora da escola, que demonstra interesse e encantamento pela cultura das pessoas do Congo.
Mesmo em tom de humor, o filme explora algumas das nuances do racismo, que, em muita medida, é construído a partir do desconhecimento e da falta de interesse em dialogar com pessoas provenientes de outras culturas.
O filme, baseado numa história real, é dirigido pelo cineasta francês Julien Rambaldi, e conta com o roteiro do rapper Kamini, filho do médico congolês Seyolo Zantoko.
Ambientado na década de 1970, as questões que o filme coloca seguem atuais e permitem também, respeitando as especificidades temporais e espaciais, uma conversa com a realidade brasileira, principalmente na recente presença de médicos cubanos no Brasil, através do Programa mais médicos.
Por fim, a conquista da cidadania europeia não foi um sonho encantado para a família do médico Seyolo Zantoko. Foi preciso enfrentar, cotidianamente, o muro quase instransponível do racismo e da não-aceitação.
Referências
Bem-vindo a Marly-Gomont. Filme, Drama, França, 2016. Netflix.
Imagem de destaque: Distribuição/Netflix
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