O Corvo

Nikolas Fênix

Antes de começarmos a ponderar sobre o poema O Corvo e o legado que ele deixou para o mundo, é importante uma breve apresentação de seu autor. Edgar Allan Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809, em Boston, Estados Unidos. Órfão de mãe e abandonado pelo pai,  Poe, teve a feliz sorte de encontrar uma família de elite que o acolheu, proporcionando-lhe qualidade de vida e educação de excelência. Em 7 de outubro de 1849, sua esposa, Virgínia Clemm, falece e, após isso, ele excede ainda mais seu limite de bebidas alcoólicas, deixando vários poemas que  influenciam até os dias de hoje a literatura estadunidense.

O Corvo é uma dentre tantas histórias fantasmagóricas e macabras cunhadas pelo tão renomado autor Edgar Allan Poe, o qual conquistou seu lugar no pódio da fama ao abordar o gênero de horror. Uma possível interpretação que podemos fazer sobre as obras de Poe é que os protagonistas de seus contos sempre possuem relações com o próprio autor, e isso, se manifesta em várias de suas obras, principalmente na obra que estamos analisando. Isso se deve ao fato de que sua vida era recheada de momentos tristes e lúgubres, sendo um fato que contribuiu para sua habilidade em escrever enredos de modo que pareciam verdadeiros relatos.

Sendo um poema do tipo narrativo, O Corvo foi publicado em 1845 e trata da história de um homem atormentado pelo passado, mais especificamente pela morte de sua amada, Lenora. Em uma noite, tal homem é visitado por um sombrio corvo falante, que respondia todas as perguntas do homem apenas com uma característica e misteriosa frase: “Nunca mais”. É notável que O Corvo traduz a idealização do amor, a consciência da solidão e até mesmo a presença sombria da morte, sendo misteriosamente cativante ao leitor devido à sua musicalidade e atmosfera sobrenatural: uma arquitetura poética muito bem delineada.

O Corvo é uma obra, sob meu ponto de vista, genial, e que foi transcrita para as gigantes e extraordinárias telas do cinema em várias releituras, tendo destaque para duas. A primeira, um filme lançado em 1994 e com o simples título de “O Corvo”, o qual narra a história de um músico chamado Eric Draven e sua noiva, que foram brutalmente assassinados por uma gangue violenta do centro da cidade. O enredo se desenrola, como esperado, sobrenaturalmente. No aniversário de sua morte, Eric sai da sepultura e assume o manto gótico do Corvo, um vingador vindo do além, que rastreia e assassina impiedosamente os bandidos responsáveis pela “sua morte” e de sua tão amada esposa. O filme, de fato, apresenta várias alusões ao conto original de Poe, sendo considerado pela crítica um filme muito interessante e que conseguiu fazer uma boa relação com as características ultrarromânticas.

Em 2012, quase 20 anos após o lançamento da primeira releitura, fora lançado outro filme sob os moldes do macabro e sinistro conto de Poe, chamado, pasmem com a criatividade, O Corvo. O diretor, James McTeigue, já possuía uma experiência com filmes e enredos do tipo “Plot twist”, os quais surpreendem o público com o final inesperado, e utilizou deste artifício em seu filme. Ele foi deveras criativo e cuidadoso ao saber ligar a vida real de Edgar Alan Poe às suas obras e ousado ao acrescentar detalhes no filme que remetem, de fato, ao estilo gótico romântico.

A história se passa na Baltimore do século XIX, onde um assassino está cometendo crimes inspirados nas apavorantes histórias do famoso Allan Poe, o qual une forças com o detetive da polícia local para evitar que seus contos continuem a se tornar realidade por uma mente sádica e maquiavélica. Se você deseja conhecer mais sobre a vida de Poe e sobre suas histórias, esse filme é um prato cheio, além de que apresenta tramas e teias que se desenrolam de forma sucinta e criativa, levando a um final extremamente inesperado. Devo dizer que apenas um amante de Sherlock Holmes seria capaz de adivinhar qual seria a pessoa por trás de tais assassinatos. Portanto, através desta análise sobre a tão aclamada obra O Corvo e seu legado, entendemos o porquê do autor ter se tornado referência para o estilo gótico e aterrorizante.

 

Sobre o autor
Aluno do 3º ano do Ensino Médio.


Imagem de destaque: Galeria de imagens

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *