Comecei a ler autobiografias de homens e mulheres que vivenciaram a dolorosa e traumática experiência da escravidão em 2013, quando tive contato com a autobiografia, em inglês, de Amanda Berry Smith, mulher nascida na escravidão nos Estados Unidos em 1837. Naquele momento, eu tinha conhecimento de que apenas três tinham sido traduzidas e publicadas no Brasil. Hoje, já tenho notícias de muitas outras.
Frederick Douglass. Fotografia de George Kendall Warren.
Acervo da Agência de Arquivos Nacionais e Administração de Documentos dos Estados Unidos.
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Nascido no ano de 1818, no Condado de Talbot, Frederick Douglass “foi um escravo, um trabalhador livre em uma fundição, depois um orador em prol do movimento abolicionista, tanto nos EUA quanto no exterior, tendo viajado para a Inglaterra e a Irlanda”.
Ele escreveu três autobiografias: Narrative of the Life of Frederick Douglass, an American Slave (1845); My Bondage and My Freedom (1855); Life and Times of Frederick Douglass (1881). As duas primeiras autobiografias foram publicadas durante a vigência da escravidão nos Estados Unidos, ao passo que a terceira, foi publicada no pós-abolição no país. Frederick Douglass nasceu e morreu no século XIX. Seu falecimento foi no ano de 1895.
A autobiografia My Bondage and My Freedom, do ano de 1855, foi publicada pelo periódico Gazeta da Tarde no ano de 1883 com o título de Meus anos de cativeiro e liberdade.
Em 2018, Leonardo Vidal promoveu a tradução e publicação do livro Narrativa da vida de Frederick Douglass, um escravo americano e, em 2018, a editora Aetia publicou nova edição, a qual também conta com tradução de Vidal.
Seria o movimento “vidas negras importam” uma inspiração, para que pessoas do Brasil do século XXI se interessem pelas histórias, em primeira pessoa, de sujeitos do passado que lutaram pelo fim da escravidão?
É possível pensar as escritas de si do passado como inspiração para o ativismo e a luta por justiça social no tempo presente? Acredito que por meio da palavra escrita, Frederick Douglass ousou se libertar. E voou para longe.
Referências
DOUGLASS, Frederick. Narrativa da Vida de Frederick Douglass, Um Escravo Americano. São Paulo: Aetia, 2018.
____.Narrativa da Vida de Frederick Douglass, Um Escravo Americano. Traduzido por Leonardo Poglia Vidal. 2016.
DOUGLASS, Frederick. Narrative of the Life of Frederick Douglass, an American Slave. BOSTON: PUBLISHED AT THE ANTI-SLAVERY OFFICE, 1845.
_________. My Bondage and My Freedom. New York: Miller, Orton & Mulligan, 1855.
___________. Life and Times of Frederick Douglass. BOSTON:
DE WOLFE & FISKE CO.1892 (1ª Edição de 1881).
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