Organizadores: Dagma Estermann Meyer e Marlucy Alves Paraíso
Centelhas!
Centelhas pode ser uma palavra adequada para nomear um dos efeitos que este livro – Metodologias de pesquisas pós-críticas em Educação – provoca no/a leitor/a. Um dos mais importantes escultores de nosso tempo, Xico Stockinger (1919-2009), austríaco de nascimento e gaúcho por opção, produziu um conjunto de obras em bronze, ferro e madeira, utilizando técnicas metalúrgicas, como a soldagem. De contato entre o bronze e a solda, produziam-se partículas incandescentes, lançadas ao longe, entre as quais se forjavam as obras de arte. Os exércitos de guerreiros e as mulheres, fabricados pelas mãos do escultor, nasciam das centelhas, não de modelos prontos.
Inspirada no processo de criação do artista, percebo cada capítulo deste livro como um atelier de pesquisa, composto por um conjunto de ferramentas conceituais pós-estruturalistas e por diferentes materiais empíricos selecionados pelos/as autores/as. Nesse atelier, as ferramentas conceituais são usadas para cortar o “é” e rizomatizar o “e”. Em vez de reafirmar conceitos, estes são colocados à prova, para ver se conseguem multiplicar sentidos, significados e sujeitos. ´E nessa operação que os conceitos funcionam como ferramentas, minuciosamente estudadas e colocadas e mação nas pesquisas em educação e saúde, aqui expostas para problematizar políticas públicas de inclusão social, noções de família, maternidade, paternidade, infância, juventude e vulnerabilidade social. Somos provocados a pensar de que forma nos constituímos como sujeitos por meio dos currículos escolares e não escolares e dos artefatos culturais, tais como: Orkut, literatura, teatro, revistas, músicas, cinema, televisão, internet…
Clarice Salete Traversini
Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação- UFRGS
ISBN: 9788571605824
Formato: 16×23
Nº de Páginas.: 312