Sabrina Moreira
A constituição de 1988 garante a educação como um direito a todos indivíduos, até aqueles que por algum motivo não estudaram no período que chamamos na “idade certa”. Há muitos anos, pesquisas vêm apontando a necessidade de diferentes metodologias para a Educação de Jovens e Adultos, principalmente por se tratar de estudantes com diversos perfis. Para tal, se faz imprescindível conhecer quem são os sujeitos da EJA, para assim proporcionar uma educação voltada a realidade desse alunos.
Pensando na necessidade de ensino que leve em conta os conhecimentos prévios dos estudantes e que também considere as questões sociais deles, Maria Marlete de Souza, pós-graduanda do Mestrado Profissional de Educação e Docência – PROMESTRE/UFMG na área da Educação de Jovens e Adultos, desenvolveu um projeto de auto biografia com o 1° ano do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos do Centro Pedagógico da UFMG .Para entender mais sobre esse projeto conversamos com a orientadora desse trabalho e professora da Faculdade de Educação, Miria Gomes.
A pesquisadora afirmou que o projeto iniciou com a leitura de livros de duas de escritoras negras, Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus e Poemas de recordação e outros movimentos, de Conceição Evaristo. Após a leitura, as alunas do PROEMJA produziram escritas autobiográficas que resultaram no Livro Memórias e Histórias Autobiográficas do Proemja.
A professora Miria Gomes lembra que escolha de duas escritoras negras, considerando que a turma que se constitui, majoritariamente, por mulheres negras, trabalhadoras, mães e avós e que anteriormente tiveram que abandonar os estudos por inúmeras causas é parte importante da atividade. Essas mulheres trazem consigo diversos aprendizados, vivências e motivações. A escola não é o único local de aprendizado, e por isso a necessidade de se relacionar os aprendizados vindos de fora dela.
Quem já trabalhou com a Educação de Jovens e Adultos pode ter vivido a dificuldade de em alguns alunos para falar de si. Miria Gomes afirma que “tal barreira foi superada através da leitura dessas escritoras, que por diversos motivos, apresentam questões que as alunas podem se identificar. Após a leitura das obras, foi feito um debate em sala de aula sobre as mesmas questões de gênero, raça, políticas sociais e econômicas. Assim feito, as alunas foram orientadas a produção das escritas autobiográficas.”
Como é salientado nas primeiras palavras do prefácio do livro “a escrita literária autobiográfica é uma porta aberta para o mundo da imaginação e da ficção, que nos permite idealizar um mundo melhor.“. Miria Gomes destaca que tal escrita foi escolhida pois possibilita que as estudantes recontem a sua vida e, dessa forma, revivam, ressignifiquem e criem a sua própria história. “Ao ler a escrita final das alunas percebemos como esses textos e essas histórias são carregadas de emoções, questões sociais e resistência” afirma a orientadora. Para além, nos ajuda a entender, como educadores, a relação da escola com questões de gênero, raça e classe.
Sendo assim, Maria Marlete de Souza e Miria Gomes convidam você a ler e refletir sobre livro Memórias e Histórias Autobiográficas do Proemja. E que a partir desses trabalhos, todos possam pensar como a literatura, a leitura e a escrita, relacionados às vivências dos alunos podem ser eficientes tanto para o aprendizado de conteúdos, mas para a formação cidadã dos indivíduos.
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