Editorial do Jornal Pensar a Educação em Pauta, Ano 6 – Nº 216/ sexta-feira, 05 de Outubro de 2018
Dois dias apenas nos separam das eleições. Dois dias apenas.
Dois dias que decidem um presente e um futuro para o Brasil.
O que faremos conosco? Como pessoas, como coletividade, como País?
Uma escolha cujas consequências sociais se estenderão por décadas.
Há que tomar posição: a esperança no caminho da Democracia. Ainda que espinhoso caminho da Democracia. O horror do fascismo. O abjeto fascismo, cujo rastro de destruição a história conhece.
É da nossa existência que se trata. Da nossa possibilidade de respirar. Da nossa humana condição. Da nossa Vida desejada, ainda tão mais desejada e sonhada que realizada, mas que é nosso horizonte para seguir andando…
Justo no dia de hoje a Constituição Cidadã completa 30 anos.
Um documento que marcou uma virada no Brasil, após os tempos sombrios da Ditadura Civil-Militar. Uma virada que nos colocou diante do permanente desafio de construir um País democrático, mais justo, menos desigual, fraterno. Um País bonito, enfim.
Em alguma medida, conseguimos. Avançamos, ainda que tanto falte – e como falta. Desde então há em nós expectativas de mais avanços em nossas práticas sociais: direitos civis, educação, cultura, saúde, trabalho, lazer, houve significativas conquistas em todas essas práticas. Há um caminho aberto, isso é que importa. E podemos seguir por ele.
Mas o perigo nos espreita. Quando mal começávamos a edificar esse País, depois de trinta anos de lutas, eis que corremos perigo. Nos vemos, parece mesmo inacreditável, diante da iminência de uma tragédia social: o risco, hoje, de grandes proporções, de o Brasil ter um governo fascista.
“Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?”, lamentávamos aqui, em editorial recente.
Sair do lamento para a luta, é o que nos exige a encruzilhada histórica que temos à frente. Mais um momento decisivo de nossa história como País, como Povo.
É então que o Projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil declara seu apoio à candidatura de Fernando Haddad à Presidência da República. Para avançar em políticas públicas imprescindíveis à vida cidadã. Para evitar os retrocessos civilizatórios que certamente virão se o fascismo desgraçadamente vencer.
Tão importante é também eleger candidatos progressistas ao Congresso Nacional e às Assembléias Estaduais. E que bom que temos tantos e tantas candidaturas de mulheres e homens de luta, imprescindíveis nos embates que serão travados nos parlamentos.
Depois desses dois dias, até o domingo, virão outros 21 dias para o segundo turno. O embate será duro, difícil. Mas há que atravessá-los de modo altivo e corajoso. E então o melhor que podemos fazer é nos dedicar ao esforço do convencimento político, onde quer que estejamos, para fortalecer a esperança de continuarmos no caminho da Democracia, da participação popular em movimentos sociais que é o que faz a história avançar. Antes que seja tarde.
Fortalecer a Esperança.
Pois a Esperança não é a última que morre.
A Esperança não morre.