– Experiências estéticas de libertação da vida da mente e da mente da vida –
– Experiências estéticas de fruição e de formação –
Lugares do fazer entremeiam-se nos labirintos da educação pensada ampla e coerente. A literatura, enquanto arte dos jogos estéticos com vista ao texto literário, provoca suspensão no átrio das decisões pedagógicas: escola e literatura ou, literatura na escola? As aplicações exigem arbitragem, contudo, este espaço se forma no/do desejo de estabelecer diálogos, registrar experiências – no formato e conceito de W. BENJAMIN, quando experimentar é mais do que deixar acontecer – , trocar reflexões, conversar, pensar ideias, levantar possibilidades, dizer do feito e do planejado. Este espaço deseja construir diálogos sobre a literatura na educação, a educação e a literatura, a educação literária, investindo na busca parceira por textos a serem discutidos, já discutidos, na fluência do jogo do livro e o livro no jogo. Esta coluna é um convite às conversas que abrem pontes na educação construída de fato e de direito.
Para Calvino (2009), a estética do jogo se apresenta no prazer e na fruição: ler e escrever pautam-se em regras aceitas ou rompidas durante os movimentos deflagrados pelo texto literário.
“A literatura é, sim, jogo combinatório, que segue as possibilidades implícitas em seu próprio material, independentemente da personalidade do poeta, mas é um jogo que, a certa altura, vê-se investido de um significado inesperado, não objetivo, parte daquele mesmo nível linguístico pelo qual nos movíamos mas que deslizou de outro plano, o bastante para pôr em jogo alguma coisa que, em outro plano, importa muito ao autor ou à sociedade a que ele pertence.” (CALVINO, 2009, p.211)
Nós, professoras e professores, sopramos apitos de largadas. Largadas na motivação pelas leituras, na escolha das obras, na teimosia por ações de fomento e incentivo à literatura em si mesma, ou dentro de parâmetros cronometrados pelas condições de um campo com as suas peculiares mazelas. A literatura na educação, a educação e a literatura não condicionam pausas: agregam reflexões – e muitas dúvidas – sobre a performance didática do ler, do escrever e do prazer – às vezes dolorido – que ambos conferem aos envolvidos. O tempo flui em linhas que, planejadas, não antecipam os resultados. A ideia do jogo extrapola o tempo nocional, os impulsos, a fruição, as migrações, os limites do objeto e o objeto nos limites. Não há limites. Há? Ler o quê para quem, quem lê o quê, quem dirige os passes, quem determina a hora e o lugar das quebras de regras, do cumprimento delas, dos atravessamentos da leitura e da própria escrita. Esse atravessamento, na educação, dá garantias da compreensão dos construtos do texto literário? Quanto da arte da escrita ressignifica o mundo? Em que momento a educação pode e deve produzir espaços de rompimento com o posto? Com os ditos? Existem percursos criados e alçados na arte de produzir a escrita e a leitura literária. Quais são esses percursos, se possíveis, entre as práticas de educação?
E assim pensando, este espaço pretende discutir conceitos de literatura, as práticas de educação literária, a mediação de leituras, a escolha de obras, a relação professor aluno, a relação aluno/obra, obra/aluno, professor/obra, o letramento ideológico, os planos de leituras literárias na educação, desde os primeiros anos escolares, as experiências que contam as ações dos livros dentro da escola e/ou fora dela. Segundo Calvino, existe “futuro para a literatura”, pois sabemos que “[…] há coisas que só a literatura com seus meios específicos pode nos dar.” (CALVINO, 1990, p.11)
Na Coluna acolheremos contribuições de todxs que queiram socializar suas reflexões e produções relativas às relações entre literatura e educação. E, vejam, não se trata apenas das relações escolares da literatura. Trata-se de pensarmos a educação em sentido amplo, que inclui a escola, mas que a extrapola e se constitui como uma das facetas fundamentais do processo de humanização.
Venha conosco! Esperamos sua contribuição, suas sugestões e, claro, sua companhia!
REFERÊNCIAS
CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. Tradução de Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CALVINO, Italo. Assunto Encerrado: discursos sobre literatura e sociedade. Tradução de Roberta Barni. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Imagem de destaque: Três estudantes de pré escola lendo livros no Child Development Center at Langley Air Force Base, Va. Foto: U.S. Air Force – Airman 1st Class Kaylee Dubois.
http://otc-certified-store.com https://www.zp-pdl.com https://zp-pdl.com/best-payday-loans.php https://zp-pdl.com http://www.otc-certified-store.com/osteoporosis-medicine-europe.html