Ivanilda da Silva Cunha
Foi um ano e tanto para a educação. Num ano de crise, claro que todo o sistema sofre as consequências que a crise traz e, que na educação, se mostrou tanto financeira quanto estrutural. Faltou dinheiro para arcar com todos os projetos educacionais, para manter as universidades, pagar professores, pagar os bolsistas, e também faltou uma estrutura educacional forte, que fosse capaz de se manter íntegra em meio à crise. As constantes trocas de ministros são a prova dessa crise estrutural.
Tivemos, só em 2015, 4 ministros, lembra-se deles: Cid Gomes, de 1º de janeiro a 18 de março; Luís Claudio Costa (interino), de 18 de março a 6 de abril; Renato Janine Ribeiro, de 6 de abril a 1º de outubro e por fim o retorno de Aloizio Mercadante, que já ocupara o cargo anteriormente, de 2012 a 2014. Essa alternância de ministros em um espaço de tempo tão curto, mostra a incapacidade de se escolher um Ministro que realmente atenda aos propósitos da educação brasileira.
O nosso sistema educacional inspira muitos cuidados, pois, apesar de estarmos com quase a totalidade das crianças nas escolas, isso não se traduz em que as mesmas estejam aprendendo. Só estão inseridas no sistema, mas a escola ainda não sabe como alfabetizar essas crianças. É claro que a escola enfrenta um novo cenário, pois está aprendendo a lidar com realidades diferentes, como alunos que necessitam de Educação Especializada, além de alunos oriundos das classes mais pobres, que antes não tinham acesso à educação em larga escala como é hoje, mas a verdade é que não há aprendizagem. A realidade de aprendizagem não é diferente no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, o ENEM, (que teve número recorde de inscritos), é o extrato que nos confere esses dados. As escolas particulares ainda são as primeiras colocadas nos resultados finais destas avaliações.
Em 2015, também não tivemos a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), houve rumores que o cancelamento se dera por motivos financeiros, no entanto, o então presidente do INEP, Francisco Soares, negou esta possibilidade e afirmou que se tratou de uma decisão que mostra que estão buscando a qualidade na educação e não um acúmulo de provas.
E foi também neste ano que mais de 200 professores foram atacados em Curitiba enquanto protestavam, pedindo melhores condições de trabalho. E por falar em protestos, como não esquecer dos protestos nas faculdades públicas que perderam quantias importantes em suas verbas: faculdades ficaram sem luz, sem água, sem profissionais de limpeza, foram cenas caóticas em todo país. Algumas universidades como a UERJ ficaram em estado caótico, com lixo por todo o lado, banheiros sujos, e salas de aulas sujas.
E não podemos nos esquecer dos protestos em são Paulo contra a reestruturação educacional que fecharia escolas, mas esta reorganização foi suspensa após os protestos que uniram professores, pais e alunos. Após a suspensão, o então secretário de Educação Herman Voorwald, deixou o cargo.
As discussões sobre a Base Nacional Curricular Comum, também se iniciaram em 2015, em busca de que professores, gestores e a população interessada, possam participar da construção desse projeto, contribuindo com suas ideias sobre a melhorar forma de se realizar esta proposta. É claro que é necessária uma discussão mais aprofundada sobre o tema, mas o fato de contar a participação do corpo docente de todo Brasil é um avanço.
Claro, que são apenas alguns dos fatos de 2015 na Educação Brasileira, mas temos a esperança de um ano melhor em 2016, sem promessas vãs, apenas expectativas de melhorias reais para todos os que compõem o sistema educacional.
Ivanilda da Silva Cunha – Pedagoga/UERJ – Ivyscunha@bol.com.br
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