E de repente a educação muda…

Laura Helena Teixeira Tito¹

Nos primeiros anos de nossas vidas, somos ensinados que ir para a escola é uma tarefa e isso, durante séculos, se tornou uma rotina para a maioria da população. Entretanto, com a chegada da pandemia da Covid–19, o ir à escola tornou-se um grande desafio, aliás, as escolas são consideradas o ambiente onde oferece o maior risco de contaminação devido à alta aglomeração.

Mesmo com as escolas fechadas, a educação, felizmente, não poderia parar, pois como dizia Nelson Mandela “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, ou seja, se a educação parar, o mundo inteiro paralisa. Porém, como nada nessa vida é fácil, adaptar a educação também foi uma tarefa complicada e a única solução mais viável e propícia para o momento foi usar a tecnologia, aquela que ainda na contemporaneidade foi bastante desprezada nas escolas.

Para os estudantes, transformar suas casas, que antes eram espaços de lazer, em um espaço para estudos foi bastante complicado. Não é fácil se concentrar com mil barulhos a sua volta e um celular apitando a todo momento do seu lado. O contato com o professor foi e ainda é um grande desafio, pois a rotina mudou e talvez o horário que você consegue estudar não é o mesmo que o professor tem para te auxiliar, fora que a grande maioria dos estudantes, principalmente os de Ensino Médio e Superior, começaram a conciliar trabalho e estudos, encurtando ainda mais as horas de aprendizagem.

Para os professores e funcionários da educação em geral, o ensino a distância foi como começar a trilhar um caminho totalmente desconhecido. A maioria dos educadores não sabia utilizar as ferramentas necessárias e, com essa mudança repentina, as capacitações precisaram ser rápidas demais. Contudo, como diz o velho ditado popular, “a pressa é inimiga da perfeição” e a perfeição não foi uma vitória. Inclusive, a educação a distância foi um grande agravante para a desigualdade social, até porque nem todos os alunos tinham acesso a todas as ferramentas necessárias, resultando em uma grande diferença no aprendizado. Fora que, sem o incentivo direto dos professores, ingressar no Ensino Superior já deixou de ser uma meta para a maioria dos estudantes.

Portanto, no meio de tantos erros e vitórias, acredito que toda a população se esforçou ao máximo, mesmo o máximo sendo tão pouco perto do que precisava/precisa ser feito. Enquanto a educação precisar ser a distância, faremos o nosso melhor e não deixaremos de sonhar com a volta para as escolas de maneira segura.

1 – aluna do 3° ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Júlio Bueno, de Ibituruna-MG. O texto foi o desdobramento de sua participação no episódio 003 do podcast do Pensar Jovem: Fazer Sentido sobre “Integração digital no espaço escolar”.


Imagem: Pixabay

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