O artigo 292 do código penal brasileiro diz que “Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.” Esse trecho é conhecido como o Auto de Resistência, e é sob ele que muitos civis são mortos em ações policiais, especialmente pessoas negras e pobres do Brasil. Essa foi a motivação do documentário “Auto de Resistência”. O filme acompanha a trajetória de personagens que lidam com essas mortes em seus cotidianos, mostrando o tratamento dado pelo Estado a esses casos, desde o momento em que um indivíduo é morto, passando pela investigação da polícia, até as fases de arquivamento ou julgamento por um tribunal do júri. Para falar sobre esse documentário o Programa Pensar a Educação, Pensar o Brasil conversou com Natasha Neri roteirista e diretora do documentário ao lado de Juliana Farias e Lula Carvalho.