Claudia Chaves Fonseca
Qual é o papel da mídia na disputa pública a respeito dos sentidos da educação? Foi a respeito desse tema que os professores Sandra Tosta, do Programa de Pós-graduação em Educação da PUC Minas, e Dalvit Greiner, da rede pública municipal de Belo Horizonte, debateram na mesa-redonda intitulada “As disputas pelo sentido da educação no espaço público”, dia 20 de outubro, durante o XIII Encontro de Pesquisa em Educação FaE-UFMG.
O professor Luciano Mendes, mediador do debate, iniciou o evento contextualizando o tema. De acordo com ele “questões aparentemente resolvidas a respeito de qual seria o sentido da escola e do professor estão voltando à cena” e, diante deste cenário, é preciso fazer uma reflexão sistemática sobre as mídias, especialmente as digitais, que hoje povoam o espaço público. Aliada à reflexão é necessário que os profissionais de educação que compartilham de concepções mais progressistas compreendam os códigos da mídia e saibam utilizá-los em seu favor, explicou. O pesquisador pontuou três momentos significativos da atuação da mídia na construção do sentido público da educação: “no século XIX e início do XX, quando a imprensa era mais opinativa que noticiosa, os intelectuais brasileiros dominavam a cena na reflexão sobre educação. O segundo momento, nas décadas de 50 a 80, ocorre a profissionalização da atividade jornalística, de modo que o assunto educação é tratado de forma pretensamente objetiva. E agora, com o advento da internet, há uma pluralidade de vozes, nem todas bem preparadas ou bem intencionadas falando sobre educação”, concluiu o professor.
Ao falar do ponto de vista do “chão da sala de aula”, Dalvit Greiner afirmou que disputas a respeito do sentido da educação sempre existiram, uma vez que qualquer política educacional cria e recria narrativas. O professor lembrou que “até nas pequenas esferas do cotidiano, como a sala de professores, percebemos muitas visões diferentes. O importante é estimular o debate, e não negá-lo”. Vem daí a importância do diálogo entre educação e comunicação.
“A educação precisa pautar a mídia”. Ao propor esse mote, a professora Sandra Tosta, que também é jornalista e apresenta quinzenalmente o programa Educação em Movimento, na TV Horizonte, afirmou que o estudo da mídia como elemento cultural é praticamente nulo no currículo dos cursos de Pedagogia e licenciaturas. E o conhecimento sobre educação é igualmente deficiente nos cursos de Comunicação Social. “Não entendo como é possível ignorar, no processo de formação de professores, a mídia como elemento cultural”. Para ela, quando o assunto meios de comunicação aparece no currículo de Pedagogia é por meio de um viés tecnicista, entendendo-os apenas como recursos educativos. “Não se pensa a mídia como portadora de sentidos, como um aparato que não apenas reverbera a realidade, mas que ajuda a estruturá-la também.”
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