O governo Bolsonaro não dá trégua à sociedade brasileira no seu afã de destruir o Estado Democrático, devastar as políticas públicas e de reforçar a cultura da violência e da morte. À deprimente mensagem convocando os militares à comemorar o Golpe de 1964, seguiu-se o corte drástico de recursos da educação, ciência e tecnologia e proteção do meio ambiente, dentre outras áreas, e uma nova declaração, agora do Ministro da Educação, de que não houve golpe militar no Brasil e que os livros didáticos serão revistos para reforçar esse ponto de vista.
As declarações, as propostas e as ações políticas de diversos membros do governo autoritário nos dão um espetáculo deprimente e de um nível de insensatez jamais visto na história republicana. A impressão que se tem é que há uma disputa dos bolsonaristas de diversos escalões para ver quem fala mais asneira, quem mais maltrata a língua portuguesa ou quem faz a proposta mais estapafúrdia para aprofundar a pobreza, a desigualdade e a violência entre nós. Essa espetacularização do grotesco é uma da faces educativas mais importantes do novo governo.
Uma das principais estratégias dos regimes autoritários é, justamente, fazer-nos naturalizar e banalizar o grotesco que nos tira a sensibilidade diante da dor do outro, que nos anula a capacidade de sonhar outros mundos possíveis e que nos suga a energia para buscar concretizar nossas mais generosas propostas. O medo, a tristeza, o adoecimento são investidos e fortalecem os nossos adversários.
Todavia, a reação espontânea e/ou organizada de repúdio ao chamamento bolsonariano de celebração da ditadura nos mostra que é possível e necessário disputar as narrativas e os sentidos do nosso passado, bem como as políticas do presente, e enfrentar o séquito de sanguinários adoradores da tortura, do aniquilamento e da morte.
Nas disputas de narrativas e de sentidos da educação no espaço público, é preciso cultivar aquilo que nossas melhores tradições nos legaram. A crítica que nos esclarece, os slogans que nos aproximam e criam laços de identidade, o humor que nos faz ridicularizar o contumaz opressor, a festa da distensão e da resistência, a dança que embala os corpos… O autoritarismo bolsonariano, como todo autoritarismo, não suporta a crítica e a alegria. E estas, para nós,ao contrário, são dimensões fundantes de uma humanidade diversa, libertária, democrática e igualitária.
É possível e necessário afirmar a primazia da política como única forma legítima de gerir ares pública. É possível e necessário afirmar a educação como um dimensão fundamental da formação do humano para a justiça, solidariedade e para o respeito a si, ao outro e às diversidades que nos constituem. É possível e necessário projetar uma sociedade mais igualitária e sem violência e buscar concretizá-la em nosso dia-a-dia. É para lá que nos guiam as nossas melhores e mais solidárias tradições e memórias.
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