Brasil: a barbárie institucionalizada pré-eleitoral

Valter Machado Fonseca

É monstruoso! Não encontrei outro termo para iniciar esta reflexão. Em minhas postagens anteriores, tenho insistido em aprofundar o debate e a discussão em torno da violência, do descaso, dos delírios do desgoverno de nosso país. Enquanto vemos dezenas de pessoas (por enquanto) soterradas em Recife, nos lembramos das tragédias em Petrópolis, em diversas cidades da Bahia e em Minas Gerais, nas quais centenas de pessoas foram soterradas. Por outro lado, vemos o Capitão Mor do Palácio do Planalto em “motociatas”, “lanchiatas”, passeios de “jet ski”, jantares com milionários de discursos vazios como Elon Musk, cujo único propósito é aumentar seus trilhões em cima da desgraça do nosso povo.

Fazendo um paralelo com estes acontecimentos, é preciso retomar a frase do capitão do Planalto durante o pico da Covid 19: “os pobres do Brasil precisam ser estudados, pois mergulham no esgoto e não adoecem”. Esta afirmação do “poderoso chefão” da nação serve muito bem para que a gente tenha a ideia exata do que este “cidadão” pensa sobre a população de nosso país, que ele afirma governar. Dá para que a gente tenha a noção exata para quem governa este senhor, dá para se perceber o despropósito e o desrespeito com os quais ele trata os setores mais carentes da população brasileira.

Hoje, 31 de maio de 2022, vimos por todos os canais da grande mídia um grupo de policiais abordando um homem preto, da mesma forma com que foi assassinado George Floyd pela força policial dos EUA e que repercutiu em todo o planeta. Foi uma ação de tortura protagonizado pela Guarda Civil Metropolitana de São Paulo. Há dois dias, vimos outra cena horripilante de tortura, de magnitude ainda maioro covarde assassinato de Genivaldo Santos numa rodovia do estado de Sergipe, por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Estes policiais transformaram a viatura policial em uma câmara de gás, fato que nos lembra os ônibus com os canos de descarga voltados para o interior dos próprios veículos, lotados de prisioneiros judeus, com destino a Auschwitz na Polônia, sob o regime nazista de Hitler. Na ditadura militar no Brasil, a tortura era nos porões, hoje é em praça pública.

Observem que os discursos do capitão, apesar de vazios e sem quaisquer conteúdos, apontam para métodos de repressão, truculência e violência policiais, que repercutem em todas as corporações das forças policiais brasileiras. E, novamente hoje, enquanto o homem negro era sufocado, o capitão participava de motociatas no estado de Goiás repetindo os mesmos discursos de ódio e ameaças ao poder judiciário e às eleições deste ano.

O mais interessante que devemos observar é que a violência, a truculência e o modus operandi de todas as corporações das forças policiais que compõem o braço armado do Estado brasileiro se intensificam, se tornam mais frequentes e possuem o mesmo padrão de brutalidade e seus públicos alvo são os mesmos: homens, mulheres e jovens pobres pretos e pretas que, em sua maioria, habitam as periferias pobres das grandes cidades brasileiras. As semelhanças do modus operandi das formas de repressão das diversas corporações policiais no Brasil nos indicam que estes métodos de repressão e violência seguem o mesmo padrão e parecem ser orquestrados, o que nos indica que eles são centralizados em um órgão de comando ligado ao poder central do Brasil, ou seja, o centro nevrálgico e estratégico cujo comando se liga diretamente ao Palácio Central do Brasil.

Caras e caros leitoras e leitores! Estes fatos são o prenúncio do que está previsto para o pleito eleitoral deste ano de 2022. O espalhamento do ódio via violência policial, ações brutais de milícias armadas (graças à flexibilização e facilitação do acesso às armas, proposta do capitão), ações de extermínio de minorias, de feminicídio, e as motociatas que marcam o programa deste desgoverno de plantão e, ao mesmo tempo, espalham o terror pelas diversas regiões brasileiras. É preciso parar o terror, o ódio e a violência contra nosso povo. É preciso derrotá-los de forma contundente em outubro. Nenhum voto aos genocidas! Nenhum voto ao “centrão”!


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