A Educação nos projetos de Brasil

Formado em 2009, o Programa de pesquisa A Educação nos projetos de Brasil – espaço público, modernização e pensamento histórico e social brasileiro nos séculos XIX e XX reúne projetos de investigação que se organizam em torno do interesse em problematizar processos históricos de gestação de projetos de Brasil, elaborados pela intelectualidade brasileira no período que se estende de 1820 a 1970. Interessa-nos sistematizar e interrogar conceitos, argumentos e intencionalidades presentes em discursos e ações que atribuíram à educação escolar o lugar de instância mediadora dos processos de construção da cultura nacional e racionalização de manifestações culturais diversificadas. Pretendemos por intermédio da pesquisa fazer avançar a elaboração de uma teoria sobre o lugar da intelectualidade brasileira na construção da esfera pública e produzir entendimentos sobre as noções de moderno, modernidade e modernização, presentes nesses projetos. Com isso, a pesquisa, com seus subprojetos, tem o objetivo de identificar e analisar o lugar ocupado pela educação nos projetos de Brasil elaborados de 1820 a 1970.

Partimos do suposto que as ideias, os argumentos e os conceitos mobilizados pela intelectualidade brasileira ao elaborar projetos de Brasil expressam dilemas e ambiguidades vividas pela sociedade brasileira, em face da urgência de se instaurar processos de universalização e totalização que deveriam servir como guia das sociedades interessadas no (e envolvidas com o) paradigma da modernidade. A investigação contempla a perspectiva da longa duração e pretende produzir conhecimento sobre as articulações e desdobramentos da relação intelectuais e educação, a partir de alguns temas/questões. Do ponto de vista historiográfico, o estudo se alinha à história dos intelectuais e toma por referência análises produzidas no âmbito da história da educação, os quais são unânimes ao indicar que ao longo do século XIX até meados do século XX as elites intelectuais e governamentais brasileiras mantiveram um diálogo muito próximo com o ideário da modernidade européia e norte-americana,  concebendo projetos de nação que produziram a escolarização como recurso civilizatório – um meio eficaz de promover a superação de hábitos, linguagens, costumes e comportamentos considerados inadequados, arcaicos, inferiorizados em relação ao modelo europeu e americano.

O Programa é desenvolvido por uma equipe constituída de professores e alunos das seguintes instituições: CEFET-MG, UDESC, UEM, UEMG, UFF, UFMG, UFOP, UFPB, UFRGS, UFSC e UNIT, e é apoiado pela FAPEMIG e pelo CNPq. O período de vigência do programa é de 2009 a 2020.

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