Nese momento de perigo é preciso que as forças democráticas manifestem seu apoio claro e inequívoco à organização e atuação estudantis. Enquanto a população, aí incluídas as professoras e os professores, demonstra enorme dificuldade para se mobilizar e se organizar para a atuação em defesa dos direitos que estão sendo atacados pelas políticas em curso e pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n. 241, pela Medida Provisória de Reforma do Ensino Médio e pelo Projeto Escola Sem Partido, apenas para citar alguns exemplos, o movimento estudantil reaparece na cena pública brasileira como um sujeito coletivo que nos faz lembrar nossas responsabilidades pessoais e societárias com as novas gerações.
É inequívoco o recrudescimento do autoritarismo e da ação do governo federal e de diversos estados no desmonte das estruturas e das políticas públicas. Observa-se também que há uma crescente autorização da população e do próprio Judiciário para as ações violentas do aparelho repressivo, notadamente das polícias militares, contra as manifestações pacíficas e organizadas contrárias a tais políticas, levando à criminalização dos movimentos sociais.
Enquanto o próprio Estado brasileiro, em seus diversos níveis, investe contra o patrimônio e as instituições públicas, as alunas e os alunos do ensino médio e das universidades públicas brasileiras dão uma lição ao provo brasileiro na defesa de uma educação pública e de qualidade para todas(os).
Não é a primeira vez que os estudantes se impõem como um sujeito político importante nas disputas pelos sentidos da educação e da própria política no espaço público. Ao longo do século XX, num crescente movimento de espetacularização da política, os ocupantes das estruturas de estado republicanas foram pródigos em mobilizar os estudantes para participarem das festas cívicas em todo o país.
Tais iniciativas, fundadas sobretudo com a República, tiveram seus pontos altos nos governos autoritários e de exceção, como os do Estado Novo (1937-1945) e da Ditadura Civil-Militar (1964-1984), mas estiveram presentes ao longo de todo o período republicano. Não por acaso, já se disse que as festas cívicas do século XX transformaram o público em espectador e espetacularizaram a política.
No entanto, tais iniciativas adultas, que sempre tiveram maior ou menor adesão das crianças e jovens brasileiras(os), tiveram que conviver, ao longo de todo o período, também com as iniciativas juvenis de ocupação do espaço público, de recriação da política e de expansão dos direitos de cidadania. Localizadas ou disseminadas pelo território nacional, incipientes ou organizadas e institucionalizadas, as ações dos movimentos juvenis, notadamente dos estudantes secundaristas e universitários, sempre trouxeram ares novos e criativos às lutas políticas e sociais.
Na verdade, ao contrário de reprimir e castigar, o que o momento exige é que saudemos a atuação das estudantes e dos estudantes que, no exercício de sua liberdade, ocupam e tensionam os espaços públicos e, assim, assumem a responsabilidade pela defesa dos direitos e pela reinvenção da política. Essas experiências, mais do que qualquer aula de “educação para a cidadania”, é que de fato educam as(os) jovens cidadãs(ãos) no exercício mesmo da cidadania.
O que se espera, nesse contexto, é que a população adulta, notadamente os professores e as professoras do ensino médio e das universidades, demonstrem maturidade, generosidade e, sobretudo, humildade para reconhecer que os educadores também precisam ser educados. Essa é, sem dúvida, a grande lição dada pelas alunas e alunos a todas(os) nós! Pena será se nós adultos, professores e professoras, resolvermos matar aulas justamente nesse momento tão importante para a frágil democracia brasileira!
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